Inteligencia emocional psicologia
A inteligência emocional é apenas uma das muitas habilidades que temos e, portanto, isso é importante que nós trabalhar e nós treinar. Podemos fazer isso através da dinâmica.
Podemos nos tornar pessoas emocionalmente inteligentes, praticando e adquirindo certos hábitos.
Neste post, mostro 10 dinâmicas relacionadas à inteligência emocional. Antes de colocá-los em prática, lembre-se de quais são os objetivos de cada um deles e que tipo de grupo eles são mais adequados. Se necessário, você pode fazer algumas alterações para atender às suas necessidades.
Diversos estudos realizados ao longo dos anos mostram dados em que são verificadas como as pessoas que obtêm notas mais altas, apenas seu sucesso está relacionado em 20% ao quociente intelectual. Nos 80% restantes, encontramos outros fatores e um dos mais importantes é a inteligência emocional.
A inteligência emocional e outras habilidades intimamente relacionadas não apenas contribuem para o nosso ser humano. Eles têm várias outras consequências de caráter positivo marcado e dentre as quais se destaca a capacidade de tomar decisões de maneira racional.
1- Acentuar o positivo
- Objetivo: Melhorar o conceito sobre si mesmo através da troca de impressões com os colegas.
- Tempo necessário: aproximadamente 20 minutos.
- Tamanho do grupo : o grupo não deve exceder 25 pessoas.
- Local: sala grande ou sala de aula que permite a interação entre colegas de classe.
- Materiais necessários: fólios e canetas.
- Passos a seguir:
- O dinamizador começará explicando o comum sobre o caráter negativo do auto-elogio. Mais tarde, ele pedirá que você se sinta em pares.
- Todos devem dizer ao seu parceiro:
- Há um momento de reflexão com todo o grupo em que é analisado como ocorreu a troca, se eles se sentiram à vontade para falar sobre si mesmos de maneira positiva etc.
- Outros: comentários negativos não serão aceitos.
2- Você vale a pena!
- Objetivo: Demonstrar o efeito pigmeu.
- Tempo necessário: cerca de meia hora.
- Tamanho do grupo: média – grupo de tamanho, cerca de 20 pessoas.
- Local: sala grande ou sala de aula que permite a interação entre colegas de classe.
- Materiais necessários: fólios, canetas, dez moedas e um cartão com um círculo pintado no meio.
- Passos a seguir:
- O dinamizador solicitará dois voluntários. Eles devem sair da sala enquanto a dinâmica é explicada ao restante do grupo.
- O grupo é dividido em dois subgrupos. O grupo 1 deve incentivar e motivar o primeiro voluntário, o segundo voluntário será tratado com indiferença. O grupo 2 deve agir de maneira neutra antes do primeiro voluntário e desencorajar o segundo.
- O primeiro voluntário entra e é convidado a jogar as moedas tentando colocá-las no círculo de papelão que fica a cerca de 2 metros de distância.
- Repita com o segundo voluntário.
- Reflexão sobre o resultado e como os voluntários se sentiram. O dinamizador introduz o efeito Pigmalião e é discutido.
3- Bússola de emoções
- Objetivo: distinguir as diferentes emoções que sentimos em determinados momentos.
- Tempo necessário: cerca de meia hora.
- Tamanho do grupo: pode ser feito em um grupo de tamanho médio ou individualmente.
- Local: sala grande ou sala de aula onde cada pessoa tem espaço para trabalhar individualmente.
- Materiais necessários: fólio no qual a rosa dos ventos é pintada, algo para escrever.
- Passos a seguir:
- Pintamos a alegria para o norte e refletimos sobre a pergunta: O que eu consegui?
- Ao sul, refletimos a resposta e a resposta O que eu perdi?
- Entre as duas emoções, colocaremos a conquista que alcançamos ou o fracasso. É importante fazer uma leitura positiva.
- No leste, colocaremos a raiva. Vamos pensar no que me ataca ou me faz sentir em risco.
- No lado oeste, colocamos medo. Nesse ponto, refletiremos quais são nossos medos.
- Juntamos a raiva e o medo através dos ameaçados e reparamos na identificação das ameaças que apresentamos.
- No restante dos pontos, podemos colocar outras emoções que estão presentes.
- Discussão: se a atividade for realizada em grupo e houver confiança suficiente, as pessoas que desejarem poderão compartilhar suas emoções com os colegas.
4- Use metáforas
- Objetivo: aprender a expressar as emoções que sentimos em uma determinada área de nossa vida através do uso de metáforas.
- Tempo necessário: cerca de 45 minutos.
- Tamanho do grupo : pode ser feito em um grupo de tamanho médio ou individualmente.
- Local: sala grande ou sala de aula onde cada pessoa tem espaço para trabalhar individualmente.
- Materiais necessários:
- Passos a seguir:
- O facilitador do grupo pedirá a todos que selecionem uma área de sua vida na qual gostariam de refletir. Pode ser: trabalho, lazer, família, amigos, saúde, etc.
- Individualmente, cada um pensa em histórias da área que escolheu e que emoções evocam essas memórias.
- Então, eles devem pensar na imagem das pessoas que fazem parte dessa área a seu respeito. Tente explicá-lo com um adjetivo ou uma imagem.
- As pessoas que desejam podem compartilhá-lo com o resto de seus colegas de classe.
5- O dicionário de emoções
- Objetivo:
- Aprenda a catalogar as emoções que experimentamos.
- Promova o trabalho em equipe.
- Tempo necessário: isso pode ser feito com o grupo ao longo do tempo. É uma atividade que pode ser realizada a longo prazo.
- Tamanho do grupo : é indiferente. É importante que haja confiança e que os membros se sintam à vontade para falar sobre suas emoções.
- Local: sala de aula ou sala grande.
- Materiais necessários: caderno e caneta ou, pode ser feito em suporte digital.
- Passos a seguir:
- O responsável por liderar o grupo proporá a idéia de criar um dicionário de emoções escritas por eles mesmos.
- Para isso, eles devem reservar tempo de trabalho. Portanto, é outra tarefa a ser executada nesse grupo.
- Serão promovidos espaços de reflexão para falar sobre emoções ou, o dinamizador proporá uma emoção específica e, juntos, desenvolverão uma definição dela.
- Discussão: o resultado é um dicionário desenvolvido entre todos, para que eles possam tê-lo e trabalhar individualmente.
6- Batata!
- Objetivo: reconsiderar a expressão facial de certas emoções.
- Tempo necessário: aproximadamente 30 minutos.
- Tamanho do grupo : médio, cerca de 20 pessoas.
- Local: sala de aula ou sala grande.
- Materiais necessários: arquivos nos quais as emoções são escritas.
- Passos a seguir:
- O energizador solicitará um voluntário que terá que sair para representar a emoção que aparece no cartão que ele recebe.
- Os colegas devem adivinhar que emoção é essa. Juntos, eles podem caracterizá-lo e até acompanhá-lo com a comunicação verbal e não verbal que o acompanha. Além disso, eles podem dizer quando se sentiram assim.
- O dinamizador continuará pedindo aos voluntários que caracterizem as diferentes emoções que aparecem nos cartões.
7- Situações
- Objetivo:
- Verifique como o grupo atuaria em determinadas situações.
- Promova sentimentos de empatia.
- Tempo necessário: aproximadamente 45 minutos.
- Tamanho do grupo : médio, cerca de 20 pessoas. Se for menor, exigirá menos tempo.
- Local: sala grande ou sala de aula onde cada pessoa tem espaço para trabalhar individualmente.
- Materiais necessários: arquivos com imagens ou notícias (dependendo da idade e do grupo).
- Passos a seguir:
- O dinamizador do grupo explicará que eles apresentarão uma série de situações ao grupo e que cada um, individualmente, deve reconsiderar cada um deles. Você pode anexar uma lista de perguntas, como as seguintes: que sentimentos as pessoas que aparecem, como você acha que elas se sentem, como você se sentiria, o que você faria se fosse elas, etc.
- Eles têm tempo para responder individualmente e, em seguida, prosseguir para uma discussão em grupo.
- Outros: é importante focar essa atividade cuidadosamente de acordo com o grupo para o qual você está indo. Além disso, você pode escolher as situações, dependendo do tópico que deseja abordar de uma certa maneira.
Nesse caso, a reflexão é proposta primeiro, individualmente e depois em grupo. Essa condição pode ser alterada e realizada primeiro em subgrupos e depois em todo o mundo o debate ou, diretamente, em um amplo debate.
Essa série de questões deve ser avaliada pela pessoa encarregada de gerenciar o grupo.
Precisa de inteligência emocional? Comece com este passo simples

São Paulo — Dizer que alguém é inteligente pode até parecer uma frase completa, mas exige um esclarecimento adicional: inteligente em quê?
Em meados dos anos 1980, o psicólogo Howard Gartner descreveu nada menos que 9 tipos diferentes de inteligência, como a musical, espacial, linguística e até existencial. A competência lógica — investigada pelos testes de QI— é apenas uma dessas subdivisões da intelectualidade humana.
A inteligência emocional , conceito que pegou carona nos conceitos de Gartner e foi consolidado por Daniel Goleman nos anos 1990, diz respeito a um tipo de inteligência ligada à gestão de sentimentos próprios e alheios.
De acordo com João Marcelo Furlan, autor do livro “Flaps! - Liderança Adaptágil” (DVS Editora, 2015) e CEO da consultoria Enora Leaders, a habilidade com as emoções é muito mais importante para o sucesso do que o QI.
Mas o que significa exatamente ter inteligência emocional? “É ter uma boa autopercepção, regular as suas emoções, compreender o que o outro está sentindo, gerir os seus relacionamentos”, resume o autor. “São habilidades básicas para qualquer nível hierárquico e ainda mais para as lideranças”.
Em entrevista transmitida ao vivo pela página no Facebook de EXAME , Furlan tirou dúvidas e esclareceu uma série de mitos que costumam orbitar o assunto. “As pessoas acham que ter inteligência emocional é ser calminho, tranquilo, zen”, disse ele. “Na verdade, significa ser um grande líder, influenciar os demais, porque você entende bem os ‘botões’ que motivam cada um”.
O especialista também destaca que indivíduos com essa competência às vezes são vistos como arrogantes, calculistas ou excessivamente controlados — tudo falso. O profissional inteligente do ponto de vista emocional não “sufoca” os seus sentimentos mais genuínos. Ao contrário, ele apenas sabe dosar o momento e a forma de expressar o que está no seu íntimo.
Felizmente, tudo isso pode ser treinado. O primeiro passo é o investir em algo relativamente simples: autoconhecimento. Isso sem abdicar do bom e velho feedback de colegas, chefes e subordinados.
“Quando você se conhece mais, descobre quais são os seus gatilhos de nervosismo e pode usar técnicas diversas para se acalmar”, explica Furlan. " Além disso, ao se conhecer melhor por meio dos feedbacks, você entende o funcionamento psicológico de cada pessoa, porque sabe quando está agradando ou não, e assim pode evitar conflitos".
Quer saber mais sobre como desenvolver essa habilidade? Confira esses e outros conselhos do autor no vídeo a seguir:
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Inteligência emocional melhora saúde e desempenho no trabalho - Especialista

Um investigador da Universidade de Málaga (Espanha) considerou que a inteligência emocional, tema de uma conferência que começa hoje no Porto, melhora a saúde mental e física dos indivíduos e o desempenho no trabalho.
De acordo com o especialista Paulo Fernandez-Berrocal, a inteligência emocional é a capacidade de perceber, avaliar, expressar e regular a emoção, que pode levar a um comportamento social mais ativo, a uma maior sensação de bem-estar e felicidade e controle da agressividade.
Fernandez-Berrocal falava à Lusa no âmbito do 6.º Congresso Internacional de Inteligência Emocional, que decorre entre hoje e sábado, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), e reúne investigadores de vários países.
O congresso é organizado pelo FPCEUP com o apoio da 'International Society for Emotional Intelligence' (ISEI), uma organização educacional sem fins lucrativos que auxilia e incentiva o avanço da investigação na área da inteligência emocional.
Durante séculos, a emoção e a cognição foram entendidas como conceitos separados, mas atualmente a relação interactiva e bidirecional entre ambas tem uma ampla aceitação, afirmou.
"Os neurocientistas têm revelado interações complexas entre os dois conceitos, demonstrando um alto nível de interdependência entre eles", referiu. As emoções e os processos cognitivos, como a atenção, a tomada de decisão, e a memória, parecem estar relacionados, acrescentou.
Um estado emocional negativo "promove um processamento mais sistemático, detalhado e cuidadoso das informações", enquanto um estado emocional positivo leva a que esse processo seja mais criativo e espontâneo, explicou.
Paulo Fernandez-Berrocal é responsável pela sessão "Inteligencia emocional en acción: Claves para desarrollar nuestras emociones", que visa proporcionar aos profissionais da área uma perspetiva mais prática dos conceitos de emoção e inteligência emocional.
Durante o evento, vai ainda apresentar o estudo "Emotional intelligence and hot and cool cognitive control ability", cujos resultados sugerem que uma melhoria na capacidade de gerir as emoções pode aumentar o controle cognitivo, impedindo determinados comportamentos, como a impulsividade ou o abuso de drogas".
Em declarações à Lusa, John Pellitteri, presidente do ISEI e um dos oradores no congresso, explicou que a inteligência emocional engloba um conjunto de habilidades que podem ser desenvolvidas, permitindo aos indivíduos usar a informação emocional para se adaptarem e ser bem-sucedidos na vida e no relacionamento com os outros.
O especialista considerou que, devido à luta, ao conflito e aos problemas existentes em todo o mundo, são necessárias mais pessoas comprometidas com o desenvolvimento de inteligência emocional.
Através deste conceito é possível criar "uma sociedade global baseada em empatia, respeito, justiça e harmonia".
Por que a inteligência emocional é algo que você deveria desejar

A inteligência emocional é mais do que “saber muito”. E, felizmente, pode ser aprendida e aperfeiçoada

A ideia de inteligência emocional está relacionada a um conceito muito importante em psicologia: a de inteligências múltiplas. Pode ser resumida da seguinte forma: a inteligência é mais do que “saber muito”.
Em seu livro de 1983 Frames of Mind: Theory of Multiple Intelligences (Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas), Howard Gardner introduziu a ideia de que os indicadores de inteligência, como o QI (quociente da inteligência), não explicam completamente a inteligência das pessoas.
Ele ressaltou que esses indicadores não levam em conta a “inteligência interpessoal” – a habilidade de entender as intenções, motivações e desejos de outras pessoas – nem “inteligência intrapessoal” – a habilidade de compreender a si mesmo, agarrando os próprios sentimentos, medos e motivações.
Este grupo de habilidades é o que é chamado de “inteligência emocional”, e inclui o autocontrole, o entusiasmo, a empatia, a perseverança e a capacidade de se automotivar.
A boa notícia é que essas habilidades não dependem apenas do caráter ou dos genes de uma pessoa: elas também podem ser aprendidas e aperfeiçoadas ao longo da vida, se os métodos apropriados forem usados.
Podemos entender e aprender a gerenciar nossas emoções
De acordo com as últimas descobertas, nossas emoções não são inteiramente imateriais; em vez disso, elas têm um aspecto bioquímico. Nosso cérebro usa um método simples para registrar memórias fortemente emocionais: nossos sistemas de alerta neuroquímicos preparam nosso corpo para lutar ou fugir, produzindo certos hormônios para registrar esse momento intensamente em nossa memória, na parte mais importante do nosso cérebro: a amígdala.
Isso explica por que, às vezes, sentimos emoções, ou temos sentimentos bastante intensos, e nem sabemos o motivo. Nosso aprendizado emocional ocorre sobretudo durante os primeiros anos de nossas vidas e seus efeitos permanecem ao longo da nossa vida, porque é algo que aprendemos antes do conhecimento intelectual.
Durante muito tempo, o papel das emoções foi subestimado. No entanto, eles são muito importantes, mesmo para o uso de nossa razão. Entre o sentimento e o pensamento, a emoção orienta nossas decisões, trabalhando com nossa mente racional e fortalecendo – ou enfraquecendo – nosso pensamento.
Mas, também é verdade – e esta é outra ótima descoberta – que a razão pode aprender a governar as emoções, canalizando-as e mantendo o cérebro emocional de assumir o controle total de nossa mente.
Canalizar emoções não significa reprimir
Por muitos anos, podemos até dizer séculos, o entendimento geral tem sido que governar nossas emoções significa reprimi-las como algo negativo. Mas a repressão é um erro: as emoções sufocadas sempre procuram uma maneira de vir à luz. Muitos desequilíbrios e sofrimentos emocionais vieram dessa maneira incorreta de entender as emoções, sem integrá-las à psique humana como um todo.
Pelo contrário, o propósito da inteligência emocional é aprender a governar nossas emoções, permitindo-lhes alguma liberdade, sem deixá-las escapar de nossas mãos. Significa ter a possibilidade de escolher como expressar nossos sentimentos. É como domesticar um cavalo selvagem: bem treinado, um cavalo é uma força controlada que pode ser aproveitada para correr corridas; sem controle, é uma besta furiosa.
Como podemos definir a inteligência emocional? É a capacidade de se automotivar, perseverar em nossos esforços, apesar das possíveis frustrações, controlar nossos impulsos, adiar a gratificação, regular nossos estados de ânimo, impedir que a ansiedade interfira em nossas faculdades racionais, simpatizar e confiar nos outros.
Também é muito importante que aprendamos a aproveitar nossas emoções negativas. Um mau humor, por exemplo, também pode ser útil; a irritação, a melancolia e o medo podem se tornar fontes de criatividade, energia e comunicação. A raiva pode ser uma forte fonte de motivação, especialmente quando surge a necessidade de corrigir injustiças ou abusos. A tristeza compartilhada pode fazer com que as pessoas se sintam mais unidas, e a urgência que vem da ansiedade – desde que não nos oprima – pode encorajar a criatividade.
Atualmente, a inteligência emocional não é importante apenas para relacionamentos pessoais; também é muito procurada no mundo do trabalho e das organizações. A inteligência emocional é o fundamento de uma liderança verdadeira e saudável em nossa vida profissional e em nossas vidas sociais e pessoais. As emoções controladas corretamente trabalham em conjunto com a nossa inteligência.
Este artigo foi escrito em colaboração com Javier Fiz Pérez, psicólogo, professor de psicologia e delegado para o desenvolvimento da pesquisa internacional na Universidade Europeia de Roma e Diretor de Pesquisa Científica do Instituto Europeu de Psicologia Positiva (IEPP, de sua abreviatura em espanhol).
Inteligência Emocional: o que é e como trabalhá-la?

A inteligência emocional é um dos fatores com mais relevância no sucesso profissional de qualquer pessoa. Para além do domínio técnico nas nossas tarefas, é importante sabermos gerir as nossas emoções e relações com os outros, especialmente quando assumimos cargos de liderança e gestão de equipas.
Daniel Goleman é considerado o “pai” do conceito de inteligência emocional, na psicologia. Ele defende que a inteligência emocional tem quatro domínios:
- Autoconsciência: saber o que sentimos e porque estamos a senti-lo;
- Autogestão: gerir as emoções;
- Empatia: saber como se está a sentir a outra pessoa;
- Habilidade social: a capacidade de estabelecer relações, através da autoconsciência, autogestão e empatia.
Como melhorar a sua Inteligência Emocional?
A inteligência emocional trabalha-se ao longo da vida e, portanto, pode sempre melhorar. Se acredita que precisa de melhorar a sua inteligência emocional, damos-lhe aqui sete dicas:
1. Preste mais atenção aos seus sentimentos
O primeiro passo é olhar para dentro e perceber como se sente, assim como as razões para se sentir dessa forma. Por exemplo, se fica com ansiedade antes de uma reunião, então é importante compreender a razão pela qual esse evento está a ter esse efeito em si. Só depois de descobrir isto é que pode agir.
2. Pense sobre a forma como se comporta
Pensar sobre a forma como nos comportamos e sobre os sinais que passamos para as outras pessoas é essencial para compreendermos as interações dos outros connosco.
3. Responsabilize-se pelos seus sentimentos e comportamentos
Ninguém é responsável pela forma como outra pessoa se sente ou se comporta. Assumir o controlo sobre os nossos sentimentos e comportamentos implica consciencializarmo-nos de que só nós temos o poder para os gerir. Se imputarmos aos outros a “culpa” ou a razão do nosso mal-estar ou comportamento, estamos a deixar em mãos alheias a gestão das nossas emoções. Tente ser honesto sobre a forma como se sente, mas sem culpar os outros. Assim vai sempre depender de si a criação de estratégias para ultrapassar situações mais difíceis.
4. Peça feedback (e não tenha medo de pedir desculpa)
Uma das formas mais eficientes para gerir os seus comportamentos perante os outros é pedir feedback. Assim terá a perceção correta sobre a forma como os outros o vêm e interpretam as suas ações e criará oportunidades para ajustar o seu discurso e comportamento, por forma a que as pessoas à sua volta compreendam o que quer transmitir. Sempre que souber que alguém percebeu mal as suas intenções, não tenha medo de pedir desculpa.
5. Pare sempre que sentir que as coisas estão a fugir do seu controle
Se não se está a sentir bem com alguma coisa ou alguém e sente que vai reagir “a quente”, então o melhor é fazer uma pausa. Aprenda a ouvir o seu corpo e a perceber que as coisas estão a fugir do seu controle. E sempre que isto acontecer, pare para pensar.
Sempre que se sentir frustrado com outra pessoa, evite julgar ou assumir as razões que levaram a pessoa a agir. Tente pensar sobre o porquê de outras pessoas se sentirem ou se comportarem de certa forma, antes de tomar decisões. A forma mais eficiente é dar sempre o benefício da dúvida e perguntar qual a razão do problema e como é que podem, juntos resolvê-lo.
7. Crie mudança positiva a partir das falhas
Sempre que alguma coisa correr mal, questione-se sobre o porquê e pense como pode mudar as coisas por forma a que tudo corra melhor de uma próxima vez.
Pai da inteligência emocional: "A atenção é um músculo mental"
Há mais de 20 anos lançou um livro dedicado a um conceito revolucionário: a inteligência emocional. Actualmente corre o mundo para falar de educação, liderança e meditação – planetas que giram à volta das emoções.
Quando era mais novo, queria ser médico. Mas depois de um desamor com a Bioquímica, descobriu a sua verdadeira paixão: a Psicologia. Hoje, Daniel Goleman é considerado o "pai da inteligência emocional", por ter sido um dos pioneiros a afirmar que a forma como reconhecemos e gerimos as emoções é tão importante como o QI. Com um bestseller internacional sobre o tema e mais de uma década de jornalismo de ciências comportamentais no New York Times no currículo, Goleman dá palestras pelo mundo sobre a importância da inteligência emocional nos negócios e na educação. Paralelamente, há décadas que pratica e estuda a meditação, tema do seu último livro, Traços Alterados.
Nesta quarta-feira, o norte-americano, de 72 anos, aterrou pela primeira vez no Porto, para participar na QSP Summit. Mesmo com uma agenda apertada, Goleman conversou com a SÁBADO sobre o presente e o futuro das escolas, a ecologia e o papel da meditação no meio de tudo isto.
Acredita que as escolas devem trabalhar a literacia emocional, além das disciplinas de ensino regular. É possível que esta aprendizagem coexista com o sistema de avaliação actual, que põe a média acima de tudo?
As escolas de topo da América, que melhor preparam os alunos para a faculdade, compreendem a importância desta aprendizagem além da excelência académica. O que elas tentam fazer é dar uma educação completa. Querem que a criança se desenvolva emocional e socialmente, não querem que ela seja apenas boa a Matemática. Porque se és bom a matemática, mas não és boa pessoa, vais ser um desastre para qualquer empresa. E ninguém vai querer casar contigo. [Risos]
Já se comprovou que o programa de Aprendizagem Emocional e Social [SEL program], além de tornar os jovens mais bem-comportados, melhorou os resultados académicos. Então, porque é que o programa ainda não é "regra" em todas as escolas?
As decisões tomadas nas escolas acerca do que as crianças devem estudar não são necessariamente baseadas em provas empíricas – e isso é um problema. Mas há cada vez mais escolas a adoptar o programa e já há mais de 10 milhões de crianças inseridas nele. Alguns estados da América já o aplicaram em todas as escolas e também já chegou ao Reino Unido. Isto não quer dizer que esteja a ser bem feito, mas ao menos a intenção está lá.
Uma das suas teorias é que o foco é um aspecto fundamental da inteligência emocional. É possível que as novas gerações, que crescem rodeadas de gadgets, consigam manter o foco?
Acho que as crianças que estão a crescer rodeadas de tantas distracções tecnológicas estão a perder a habilidade de se manterem focadas. É por isso que digo que é cada vez mais importante ajudá-las a fortalecer a sua capacidade de atenção – para que elas possam decidir por si mesmas a que é que querem dedicar o seu tempo, em vez de estarem coladas aos ecrãs. A atenção é um músculo mental, é preciso exercitá-lo.
Pode sugerir um desses exercícios, que fortaleça o foco?
Este é simples: as crianças pegam num pequeno animal de peluche, deitam-se no chão e colocam-no em cima da barriga e vêem-no a subir nas inspirações e a descer nas expirações, a subir e a descer. Se a mente deles divaga dali, elas tentam trazê-la de volta. E sempre que a trazem de volta, fortalecem os circuitos do cérebro que permitem ignorar as distracções. Esse é o tipo de educação que vamos precisar cada vez mais no futuro, porque a faculdade mental da concentração está sob grande pressão da tecnologia.
E no mundo dos negócios, como é que as empresas podem ajudar os seus trabalhadores a melhorar a inteligência emocional?
Há muitas empresas que oferecem programas aos seus trabalhadores para os ajudar a comunicar melhor, a serem melhores membros de equipa, a serem melhores a gerir as emoções e a atingir os seus objectivos. Tudo isto está dentro do domínio da inteligência emocional.
Juntamente com Richard Boyatzis, elaborou um modelo de competências de inteligência social e emocional para se ser um bom líder no trabalho. Em que áreas é que os líderes de topo mais falham?
Quando os líderes falham ao nível da inteligência emocional, há padrões particulares que vemos. Um é o líder que se torna zangado, grita com as pessoas e está constantemente a dar ordens – é um líder à moda antiga. Outro é aquele que pressiona os trabalhadores em demasia, para atingir determinados objectivos. E pressiona-os de uma maneira que acaba por diminuir a capacidade do trabalhador de atingir o tal objectivo. Porque estão ansiosos e com medo. E o medo é a pior motivação.
Que líder mundial é um bom exemplo de inteligência emocional?
O Dalai Lama é um líder fantástico.
A inteligência ecológica é outro dos temas nos seus livros. O que é?
A inteligência ecológica reflecte quão alerta estamos para o nosso impacto no sistema que suporta a vida no planeta.
Chegou a dizer que, ao não estarmos cientes das consequências ambientais e sociais das coisas que compramos, "somos todos vítimas de uma cegueira colectiva". O que é que nos impede de abrir os olhos?
Em primeiro lugar, as empresas não nos dão a informação necessária para podermos comparar os produtos. Nós não conhecemos a pegada de carbono deste telemóvel em comparação com outro telemóvel, deste carro em comparação com aquele. Por isso, sou defensor da transparência acerca dos reais impactos no planeta das coisas que compramos e acredito que devia existir um sistema de avaliação dos produtos. Se sabemos o preço de um produto imediatamente, também deveríamos conhecer o seu impacto. E isso ia ajudar-nos a tomar melhores decisões.
Mas como é que o consumidor pode impor essa transparência?
Existem sistemas que tentam avaliar a empresa e os produtos individualmente com base em informações disponíveis ao público. Por exemplo, há uma plataforma chamada Skin Deep que faz uma avaliação científica de quantos químicos tóxicos estão nos cosméticos. Pode haver 40 químicos diferentes no champô e tu nunca ouviste falar de 38. Mas eles procuram esses químicos em bases de dados médicas e começam a ver: "Olha, este é tóxico", "olha, este causou cancro num rato". E conseguem avaliar os produtos em termos da sua toxicidade. Isto é algo a que qualquer pessoa pode aceder na Internet e é um protótipo do que deveria ser feito com todos os produtos.
E, com isso, acha que os hábitos de consumo iam mudar?
Neste momento, há pessoas que se preocupam muito com isto. A maioria não quer saber, é verdade. Mas quanto mais acessível estiver essa informação, mais pessoas se vão preocupar. Também acho que os mais novos se vão importar mais do que os mais velhos. Isto porque as catástrofes que estão a chegar – o aumento da temperatura e do nível dos oceanos – vão afectá-los de tal forma que eles vão ter de estar motivados a fazer algo.
É possível exercitar a mente como se exercita o corpo no ginásio?
Quando vais ao ginásio e treinas para desenvolver os músculos, não vês logo resultados no primeiro dia. É um processo lento, gradual. É o mesmo com os circuitos cerebrais que são melhorados com a meditação. Há um início, mas não há um fim. Quanto mais meditas, melhor ficas. É como desenvolver qualquer habilidade.
E quais são as vantagens?
A meditação, particularmente o mindfulness, fortalece certos circuitos cerebrais e melhora a atenção, a memória e até pode melhorar resultados académicos. Também te ajuda a ser menos impulsivo, mais calmo, a chateares-te menos ou a recuperar mais rapidamente do stress. E há um tipo de meditação chamado loving-kindness que torna as pessoas mais empáticas e bondosas. Todas estas mudanças começam a aparecer desde o início. Mas quanto mais meditares, mais fortes os efeitos se tornam. Por exemplo, os meditadores experientes conseguem fazer diminuir inflamações. E há outras mudanças que ocorrem ainda mais tarde. Os iogues [especialistas em ioga] conseguem manter ondas cerebrais que a maior parte das pessoas apenas experiencia durante um quarto de segundo. Sabes quando te dá um clique e descobres a solução para um problema? Nesse momento é possível ver uma onda chamada gama no eletroencefalograma. E os iogues têm gama o tempo todo, o que nunca foi visto antes.
E quanto tempo é necessário para se chegar a esse nível?
É preciso trabalhar muito. [Risos] Estas pessoas fizeram 12.000 horas ou mais de meditação.
No livro Inteligência Emocional, escreve que a vitalidade advém essencialmente do contacto humano e das conexões de amizade e amor. O trabalhador dos dias de hoje tem tempo e paciência para nutrir as suas relações?
Essas conexões podem acontecer no trabalho. Mas acontecem, maioritariamente, fora dele. Nas amizades, na vida familiar. E um dos problemas dos dias de hoje é que o trabalho não acaba. Tens sempre o telemóvel contigo e o trabalho pode apanhar-te a qualquer altura e em qualquer lugar.
E como podemos despistá-lo?
Esquece o telemóvel, desliga-o. E está com a pessoa que está à tua frente.
Artigo originalmente publicado na edição n.º 726, de 28 de Março de 2018.
Inteligência emocional é indispensável nas organizações da saúde
O conceito da inteligência emocional tem estado nas bocas do mundo recentemente, sendo apontado como um ingrediente chave para trabalhar bem dentro de organizações complexas, que obrigam a constantes e delicadas relações interpessoais, como acontece nos serviços de saúde. Mas, afinal, o que é a inteligência emocional e de que forma pode ser potenciada e agilizada? A resposta a esta e a muitas outras questões será encontrada – esperemos – num debate a realizar no 32º Encontro Nacional e que reúne especialistas nacionais habituados a libertar o potencial das pessoas, das equipas e das instituições.
Ao longo da última década e meia as teorizações em torno da inteligência emocional têm-se tornado muito populares nos meios empresariais e organizacionais, dado origem a uma panóplia de projetos, programas e cursos de desenvolvimento pessoal e em equipa. Na realidade, a expressão inteligência emocional ganhou dimensão através de um trabalho publicado pelo psicoterapeuta Leuner, no final da década de 60 do último século, sendo depois resgatada pela teoria de Jack Mayer e Peter Salovey e celebrizada na década de 90 pelo bestseller do psicólogo norte-americano Daniel Goleman.
De uma forma sintética, a inteligência emocional pode ser descrita como a capacidade que o indivíduo tem de avaliar as suas próprias emoções e as emoções dos outros, utilizando posteriormente essa informação emocional para conduzir o seu raciocínio e a sua conduta nos diversos meios em que se movimenta (laboral, social, familiar, etc.). Durante algum tempo – e face até a algum deslumbramento mediático – a noção de inteligência emocional foi encarada como uma espécie de panaceia, resposta universal para singrar num mundo cada vez mais complexo, de particular relevância sobretudo para quem liderava equipas na esfera dos negócios.
Embora hoje seja já bem evidente que os princípios da inteligência emocional não poderão, nunca, desbloquear todos os impasses que os profissionais encontram no dia-a-dia, nem fazer deles líderes ou colaboradores perfeitos, permanece um caminho válido e útil em muitos contextos de trabalho em equipa, desde logo nas unidades de saúde onde vários perfis profissionais coabitam. Para debater de que modo pode um profissional de saúde ser “emocionalmente inteligente”, no âmbito de uma unidade de saúde familiar (USF) ou unidade de cuidados de saúde personalizados (UCSP), a comissão organizadora do 32º Encontro Nacional convidou para uma sessão moderada pelo médico de família Armando Brito de Sá dois oradores de relevo: Paulo Lopes (professor auxiliar da Universidade Católica e coordenador de vários programas de formação de executivos naquela instituição, em particular o programa «Liderar e Construir um Projeto de Mudança Envolvendo Toda a Equipa”, patrocinado pela empresa MSD, que já cativou para workshop de um dia equipas oriundas de mais de uma centena de USF e UCSP) e João Hipólito (psiquiatra, docente do Departamento de Psicologia e Sociologia e diretor do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade Autónoma de Lisboa – UAL).
Modelo e regras de organização influem na emotividade do grupo de trabalho
Ao refletir sobre as temáticas que irá abordar durante o 32º Encontro Nacional, Paulo Lopes explica que a questão da inteligência emocional não pode ser vinculada apenas ao patamar individual, a cada profissional per si , desligada do contexto em que a organização de trabalho se desenvolve e das normas consensualizadas por todos, porque as formas escolhidas dentro de uma organização para gerir atritos e para o relacionamento interpares têm impacto sobre o entorno emocional: “a forma como um grupo de trabalho se organiza pode determinar se esse grupo funciona de uma forma emocionalmente inteligente ou não, se temos um bom ambiente de trabalho, com emoções positivas, ou se as pessoas estão em burnout , desgastadas e em conflito”.
Ao longo dos últimos três anos, o professor auxiliar da Católica Lisbon School of Business & Economics teve a oportunidade de ver em ação grupos de trabalho de 130 USF e UCSP, em workshop de um dia: “desta experiência retirámos várias lições importantes. Uma delas é que a constituição inicial da equipa é crítica. Se as pessoas vão para uma unidade sem estarem alinhadas com os demais, em termos de objetivos, expectativas e daquilo que estão dispostas a dar, geram-se conflitos desgastantes. Por outro lado, é importante chegar à raiz dos problemas. Tal como na Medicina, temos de compreender quais são as causas subjacentes dos problemas para as tratar, em vez de lidarmos apenas com os sintomas. Por vezes, podemos por exemplo detetar que médicos, enfermeiros ou secretários clínicos não estão a cumprir os procedimentos acordados em reunião. Há aqui uma espécie de análise crítica dos problemas, para que possamos identificar de onde vem a tensão. De alguma forma, estamos a utilizar a nossa inteligência ou o nosso QI para entender questões do foro emocional”.
Nos workshop desenvolvidos pela Universidade Católica com o apoio da MSD, torna-se notório que as relações de trabalho, os fluxos de comunicação e as respostas emotivas de cada grupo de trabalho divergem muito entre as diversas USF e UCSP, o que significa que cada realidade é distinta e necessita eventualmente de estratégias de desenvolvimento de inteligência emocional muito particulares. “Mesmo dentro de equipas que estão no mesmo modelo organizativo, é possível ver que algumas comunicam bem, com frontalidade e bom ambiente, que abordam os assuntos com respeito e de forma profícua, enquanto noutras a comunicação emperra e se torna evidente que as pessoas estão num estado de ansiedade, que têm dificuldade em abrir o jogo e em se entenderem. É curioso, porém, que tenhamos notado que quando juntamos em sala, durante um dia inteiro, equipas de quatro unidades distintas e diferentes percursos, a partilha de experiências e de boas práticas se torna extremamente rica e as pessoas aprendem muito umas com as outras. Julgo, aliás, que os ACES e as ARS poderiam promover mais essa partilha de experiências e de boas práticas”, avança Paulo Lopes.
Compreensão empática pode e deve ser aperfeiçoada
“ A inteligência emocional não é mais nem menos, no fundo, do que a boa capacidade de gerir relações, afetos e emoções. Isto corresponde na comunicação verbal entre as pessoas e no discurso habitual àquilo que designamos por empatia, ouvir o outro com empatia ou ter para com ele uma compreensão empática”, explicita o diretor do Centro de Investigação em Psicologia da UAL.
João Hipólito sublinha que embora existam pessoas que possuem naturalmente uma maior propensão para serem eficazes no ato de ouvir o outro com empatia, tal não significa que os menos dotados nesta área não possam dar passos no sentido de melhorarem esta competência: “uma das metodologias que pode ajudar os profissionais neste campo passa pelos grupos Balint, que ajudei aliás a introduzir no nosso país. Nestes grupos, as pessoas falam sobre as relações que têm com os seus utentes e o grupo, assumindo um pouco a função de caixa de ressonância, vai ajudar o profissional a perceber porque não viu determinados pormenores e porque reage desta ou daquela maneira. São espaços extremamente ricos para este tipo de aprendizagem”.
De acordo com o docente do Departamento de Psicologia e Sociologia da UAL, existe contudo uma enorme barreira organizacional que em muitos locais impede os profissionais de saúde de desenvolverem uma melhor compreensão empática relativamente quer aos utentes, quer aos colegas: “o tempo que os médicos ou os enfermeiros têm para ouvir os doentes ou colegas é extremamente reduzido. No caso dos utentes, muitas vezes eles vão e voltam, vão e voltam, consomem inúmeras consultas e porque não há tempo disponível em cada uma delas, gasta-se imenso tempo até se detetar a situação fundamental que está em jogo e que atormenta a pessoa. Tudo isto se evitaria, se o profissional inicialmente tivesse tido o tempo para ouvir a pessoa até ao fim”.
Mas o tempo não é o único inimigo da escuta empática. A atividade assistencial está no presente repleta de momentos, processos e atos em que se torna necessário efetuar registos e utilizar sistemas de informação. “Hoje em dia, porque se utiliza um computador na consulta, o utente e o clínico deparam-se com uma barreira suplementar, Com este cenário, torna-se complicado para o doente falar de temas que muitas vezes são difíceis e delicados”, garante João Hipólito. De acordo com este investigador, um expediente simples que pode mitigar este tipo de perturbação da escuta empática passa por o profissional registar em papel aquilo que é estritamente indispensável – sem que tal interfira demasiado na relação face a face com a pessoa que está a sua frente – transferindo depois as suas notas para o processo clínico logo após a consulta. “De outra forma, estará quebrada provavelmente a relação empática e o profissional não facilita que a pessoa se exponha, relatando a verdadeira razão que está por detrás daquela solicitação de apoio”, conclui João Hipólito.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A COMUNICAÇÃO COMPORTAMENTAL E CORPORAL
Embora o conceito de Inteligência Emocional tenha ideia de algo novo, recente, suas raízes históricas encontram-se bastante arraigadas no pensamento psicológico do século XIX. Podemos dizer que a Inteligência Emocional deu seus primeiros passos na ciência, através da psicologia humanística com Gordon Allport, Abraham Maslow e Carl Rogers. Eram politicamente ativos dentro e além da psicologia, que efetivamente encorajaram a evolução dos estudos, firmando que as pessoas podiam, e de fato deveriam exercer a autodeterminação. Entre outros, a psicologia humanista defendia que a necessidade humana urgente era “sentir-se bem a respeito de si mesmo, experimentar as próprias emoções diretamente e crescer emocionalmente” (Herman). Mas foram dois artigos publicados em jornais acadêmicos em 1990 por Mayers , DiPaolo e Salovey e posteriormente através do livro Inteligência Emocional, escrito em 1995 por Daniel Goleman , que efetivamente popularizou este estudo.
A Inteligência Emocional é um processo científico “vivo”, que, ainda agora, inúmeras pesquisas estão enriquecendo este conhecimento. Testar, esclarecer e modificar a teoria da Inteligência Emocional está cada vez mais acelerado, pois pesquisadores tem um melhor acesso as ideias e aos métodos daqueles que vieram antes deles e, como a evolução da neurociência, este conjunto promete novas descobertas extraordinárias sobre o assunto.
Pode-se afirmar hoje que a Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções com precisão; a capacidade de acessar e/ou gerar sentimentos quando estes facilitam o pensamento. É a capacidade de entender as emoções e o conhecimento emocional e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento emocional e intelectual, integrando as emoções ao pensamento. Tornando-o apto a desenvolver e dar manutenção ao seu comportamento vivencial pessoal, social e profissional, interagindo e integrando-se ao meio inserido com perspicácia resultante de forma indizivelmente positiva.
Seguindo este raciocínio, Reuven Bar-On, caracteriza a Inteligência Emocional como uma “gama de aptidões, competências e habilidades não cognitivas que influenciam a capacidade do indivíduo de lidar com as demandas e pressões do ambiente”. Daniel Goleman em seu livro diz que a Inteligência Emocional é composta por cinco partes: conhecer as emoções, administrar as emoções, motivar a si mesmo, reconhecer as emoções nos outros e manejar relacionamento. De maneira semelhante, o mapa de Inteligência Emocional para o Robert Cooper começa com a auto percepção emocional, percepção emocional dos outros, conexões interpessoais e coisas do gênero, mas inclui a resiliência, a criatividade, a compaixão e a intuição, entre outras áreas.
Dentro de uma perspectiva evolutiva, a Psicóloga Evolutiva, Carollyn Saarni, descreveu um dos pontos chaves da Inteligência Emocional em seu trabalho referente a Competência Emocional – Uma Perspectiva Evolutiva. Ela define a Competência Emocional como sendo a demonstração de auto eficácia em transações sociais que produzem emoções, ou seja, como as pessoas podem responder emocionalmente, ainda que simultânea e estrategicamente apliquem seu conhecimento a respeito de emoções e expressividade emocional nos relacionamentos com os outros, de modo que consigam negociar sua relação por meio de trocas interpessoais e regular suas experiências emocionais rumo a resultados ou objetivos desejados.
Nas habilidades principais da competência emocional, podemos citar:
- Percepção do próprio estado emocional, incluindo a possibilidade de experimentar emoções multiplicas e mesmo em níveis mais maduros, a percepção de que também se pode não perceber conscientemente os próprios sentimentos devido a dinâmica inconsciente ou a atenção seletiva.
- Capacidade de discernir as emoções dos outros, com base em pistas situacionais e expressivas que tenham algum grau de consenso cultural quanto ao seu significado.
- Capacidade de utilizar o vocabulário de termos de emoção e expressão comumente disponíveis em sua subcultura e, níveis mais maduros, a capacidade de adquirir roteiros culturais que conectem as emoções com papeis sociais.
- Capacidade de envolvimento empático e simpático em experiências emocionais de outros.
- Capacidade de entender que o estado emocional interior não precisa corresponder a expressão exterior, tanto de si mesmo como nos outros e, em níveis mais maduros, entendimento de que o próprio comportamento emocional expressivo pode ter impacto sobre outra pessoa, levando isso em conta em estratégias de auto apresentação.
- Capacidade de lidar de forma adaptativa com as emoções adversas ou perturbadoras, utilizando estratégias auto reguladoras (“Ex.: resistência ao estresse”) que melhorem a intensidade ou a duração temporal de tais estados emocionais.
- Percepção de que a estrutura ou a natureza dos relacionamentos é, em parte, definida pelo grau de imediação emocional ou “ genuidade ” de manifestação expressiva e pelo grau de reciprocidade ou simetria dentro dos relacionamentos; dessa forma uma intimidade madura será, em parte, definida pelo compartilhamento mutuo ou reciproco de emoções genuínas, ao passo que o relacionamento entre pai e filho pode ter um compartilhamento assimétrico de emoções genuínas.
- Capacidade de auto eficácia emocional: o indivíduo considera que se sente, de uma maneira geral, de modo como deseja se sentir. Ou seja, a auto eficácia emocional significa que o indivíduo aceita a sua experiência emocional, seja ela única e excêntrica ou culturalmente convencional, estando tal aceitação alinhada com as crenças do indivíduo a respeito do que constitui “equilíbrio” emocional desejável. Em essência, o indivíduo está vivendo de acordo com suas próprias teoria da emoção quando demonstra um auto eficácia emocional integrada com seu próprio seno moral.
Entender a Inteligência Emocional é compreender a importância das competências emocionais; somos capazes de administrar as próprias emoções permitindo uma abrangência nas interações intrapessoais, interpessoais, administração do estresse, humor geral e motivacional além da habilidade a adaptabilidade, somando isto com a capacidade emocional do senso do bem-estar aliado com a resiliência adaptativa diante circunstâncias futuras.
Percebe-se então que, conforme os próprios estudos antropológicos já elucidavam a séculos, as experiências emocionais geram padrões básicos previsíveis ideomotores que estão inter-relacionados com acontecimentos no momento inserido. Paul Ekman, 1973, intrigado com os resultados das pesquisas formulada por Darwin, no final do século 19, estudou e apresentou seu estudo referente aos significados e interpretações das emoções nos seres humanos, propiciando um impulso para uma nova área da ciência a ser explorada que é a Comunicação Não verbal representada pela própria concepção da linguagem corporal, por exemplo.
Quase todas as ações e reações ideomotoras de nosso corpo, automáticas. São processos inconscientes e/ou extintivos, em resposta as nossas relações com o mundo, sejam através das emoções ou sentimentos.
Sabe-se hoje que somos geneticamente mapeados para desenvolver uma comunicação padronizada que é aprimorada e adaptada socialmente com nossas experiências vividas e está diretamente relacionado ao mundo social no qual estamos diretamente inseridos. A neurociência comprova através de estudos que todas as informações recebidas pelos diversos sentidos perceptivos, são primeiramente analisados e filtrados em nosso sistema límbico. Durante esta análise, busca-se primeiro um diagnóstico criterioso e instintivo. No caso de algum perigo nosso corpo reagirá automaticamente, podendo fugir, lutar ou paralisar. Senão, antes de nossa consciência busca-se informações relacionais a nossa história e que venha a fazer sentido em nosso “mapa”, gerando algum tipo de emoção e então conscientemente um sentimento. Durante este processo nosso corpo irá de alguma forma representar esta interpretação através de movimentos corporais. Nesta perspectiva, faz compreender a Linguagem Corporal consciente permite identificar a emoção ou o sentimento da pessoa no momento; o mesmo vale para uma abordagem introspectiva ao se perceber como as pessoas estão vendo você no instante inserido.
Com esta pequena parte na busca singular da Inteligência Emocional, compreende-se que existe uma relação fundamental com a capacidade que a Linguagem Comportamental e Corporal, nas verdadeiras habilidades em seu conceito, de se interpor de forma concisa a importância de se sobrepor aos fatores interpessoais, sendo: a habilidade de ser consciente de si, entender-se, aceitar-se e respeitar-se; a habilidade de reconhecer e entender os próprios sentimentos; a habilidade de expressar sentimentos, crenças e pensamentos. Entender o comportamento das pessoas e dominar a cognição desta percepção eleva nossa capacidade Emocional.
É inegável que a Inteligência Emocional é representada pela capacidade de interpretar e ser interpretado seja na comunicação inter e intrapessoal. O controle sobre sua Linguagem Corporal e em seu Comportamento tem a ver com todo o processo de comunicação. Desde a paralinguagem como tom de voz, ritmo, volume, pausas bem como a entonação e os demais atributos prosódicos da linguagem verbal, não se esquecendo de incluir inclusive a linguagem escrita além da linguagem não verbal corporal como a cinésica, proxêmica, tacêsica, cronêmica, olfativa e a postura e atitude comportamental, como um todo.
Entender a Linguagem Comportamental e Corporal, proporcionara não somente ampliar a capacidade da Inteligência Emocional mas somar com as habilidades de se comunicar e perceber como o todo funciona, compreender sistemicamente como o universo humano em nossa volta realmente é. Saber se comunicar é a essência para a vida bem sucedida. Fator fundamental no mundo contemporâneo. Passamos a deixar nossas reações e o julgamento consciente e inconsciente de lado e partimos para a compreensão do todo e não mais das partes que compõe uma conversa, um gesto ou uma expressão corporal ou facial. A comunicação é um dos maiores responsáveis pelo equilíbrio de um sistema.
A Inteligência Emocional abrange muito mais pontos de observação na compreensão de que o comportamento gera em seu movimento e vice-versa, sua resultante é justamente a capacidade de saber observar e como devemos ser observados, além da nossa consciência e daquilo que nossos olhos podem ver. As relações interpessoais passarão para um outro estagio, quando ao compreender o quanto podemos influenciar e ser influenciado, o poder que temos para mudar a percepção das pessoas, o clima e direção. Uma nova visão da nossa percepção humana e efetivamente entender que ao aprimorar a capacidade emocional, você torna-se capaz de modificar pensamentos, atitudes e resultados, seja qual for o contexto.
BAR-ON, Reuven , PARKER, James D. A. Manual da Inteligência Emocional. Porto Alegre. Artmed Editora. 2002.
SAARNI, Carolyn. The Development of Emotional Competence. Guilford series on social and emotional development. New York, NY. Guilford Press, 1999.
COOPER, Robert, SAWAF, Ayman. Inteligência Emocional na Empresa. Rio de Janeiro. Editora Campus. 1997.
GOLEMAN, Daniel; A Inteligência Emocional – A Teoria revolucionaria que redefine o que é ser Inteligente. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1995.
GOLEMAN, Daniel; Foco. A atenção e seu papel fundamental para o sucesso. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2014.
GOLEMAN, Daniel; O cérebro e a Inteligência Emocional – Novas perspectivas. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2011.
A importância da Inteligência Emocional para os profissionais da Saúde
As nossas emoções estão relacionadas com as nossas percepções sobre o mundo. Elas são como um termômetro que fornecem diversas sensações de acordo com aquilo que vivenciamos ao longo da vida. Daniel Goleman, jornalista e autor de diversos livros sobre Inteligência Emocional, comenta sobre a impossibilidade de separar a razão das emoções, pois elas são o “pano de fundo” das decisões que tomamos no nosso dia a dia.
Ainda, Goleman defende que a Inteligência Emocional é uma característica muito importante na motivação própria e controle do nosso estado de espírito. A competência emocional é uma capacidade que pode ser aprendida e que auxilia no desempenho profissional, alta performance e sucesso no ambiente de trabalho.
Por meio dela, podemos avaliar, controlar e expressar nossas emoções, desenvolvendo tanto a parte emocional quanto a cognitiva. Assim, temos a possibilidade de gerir nossas emoções e também as emoções que envolvem as nossas relações.
Lidar consigo mesmo, lidar com o outro
A Saúde é reconhecidamente uma das áreas em que os profissionais apresentam maior nível de estresse, segundo pesquisas. Enfermeiros, médicos, profissionais administrativos, técnicos e outros vivem sob uma carga exaustiva causada pela elevada quantidade de trabalho, contato próximo com a morte e agonia dos pacientes, conflitos no ambiente hospitalar e com os colegas de trabalho – situações que mexem muito com a mente humana.
As emoções influenciam continuamente a nossa relação com o outro e, para um profissional da área da Saúde, algumas influências podem interferir em suas relações com o seu paciente –aquelas que envolvem a morte, por exemplo, influenciam tanto o seu comportamento quanto o comportamento do outro.
Para ter sucesso na comunicação e na administração das situações, é importante acessar as próprias emoções e chegar o mais próximo possível da Inteligência Emocional. Assim, o profissional terá mais facilidade em lidar com as intercorrências no ambiente hospitalar, podendo se tornar um profissional equilibrado e capaz de tomar as melhores decisões.
Em uma pesquisa recente, foi analisado como a Inteligência Emocional se relacionava com as competências que eram exigidas nos currículos da área da Saúde. O estudo revelou que os cuidados com os pacientes/pessoas que estão ao redor, o profissionalismo nesse cuidado e as habilidades de comunicação interpessoal estão diretamente ligados à postura de profissionais que possuem Inteligência Emocional.
Essa pesquisa pode ajudar a entender porque algumas pessoas que trabalham na área têm mais habilidade em reconhecer as emoções (suas e das pessoas) e dominá-las.
A Inteligência Emocional é um fator de relevância na relação entre o paciente e o profissional; com ela desenvolvida entre os profissionais de saúde, muitos pacientes afirmam se sentir mais seguros e confiantes, o que é vantajoso para todos no processo. Um dos componentes de maior importância em sua busca é a empatia.
A pesquisa mostrou que os profissionais com Inteligência Emocional foram rapidamente associados àqueles com maiores avaliações de conhecimentos, como a capacidade de liderar, a eficiência em momentos de pressão nas organizações e também a aptidão em lidar com a morte.
Tentar banir ou racionalizar as emoções pode atrapalhar a relação que se tenta estabelecer com pacientes, familiares e colegas de trabalho, entre outros.
Desde jovens, aprendemos a separar a razão das emoções, colocando-as em oposição. Essa não é uma boa separação, já que influencia na forma como pensamos, tomamos decisões e realizamos escolhas.
É fato que pessoas que sabem gerir suas emoções têm mais facilidade para alcançar a alta performance e o sucesso na carreira profissional e na vida como um todo. Têm mais satisfação com a vida, melhor percepção para solucionar problemas, além de terem reduzido o nível de ansiedade e estresse!
A gestão das emoções é um dos pilares da vida que temos que equilibrar para alcançar o sucesso e atingir a alta performance, profissional e pessoal.
Ao entrar em seu ambiente de trabalho, um profissional da área da Saúde reconhece os sentimentos que podem surgir: cansaço, estresse, raiva, desafetos e falta de motivação, entre outros. Ao observar essas emoções, esse profissional poderá identificá-las com facilidade se pausar e olhar para cada sentimento, encontrando o porquê deles. Ao fazer essa análise, ele aprende a administrar suas emoções, entendendo quais são as possíveis consequências caso isso se prolongue.
Segundo Goleman, “não é possível afastar as emoções das pessoas. O desafio é entendê-las e gerenciá-las em nós mesmos e nos outros!”.
A ZenEconomics , empresa que visa ajudar os profissionais de todas as áreas a se autodesenvolverem, preparou dicas para o profissional da área da Saúde possa exercitar a Inteligência Emocional no seu dia a dia, aprimorando suas relações e tornando-se melhor naquilo que faz.
- Identifique suas emoções no momento em que elas aparecem
Ao perceber que um sentimento está te invadindo, pergunte-se: O que estou sentindo agora? - Faça uma avaliação das consequências dos seus atos e palavras
Antes de falar/fazer alguma coisa, faça uma avaliação interna sobre as suas atitudes e perceba quem a está movendo (razão ou emoção). - Administre seus pensamentos
Tente buscar pensamentos e emoções que sejam positivos e que te façam agir de forma racional. - Perceba os sentimentos alheios
Como um profissional da Saúde, é preciso compreender a importância de perceber os sentimentos dos outros de forma generosa e empática. Perceber o sentimento alheio é o primeiro passo para perceber os próprios sentimentos. - Desenvolva o autocontrole, automotivação e habilidades nas relações
Em uma relação com familiares de um paciente, por exemplo, é importante reconhecer os seus limites e desenvolver o autocontrole, utilizando-o de forma positiva para ambos. Compreenda os sentimentos e emoções, escute, deixe que o som de cada palavra que você fale reverbere em você. Isso pode facilitar na hora de assimilar o que o outro está pensando/falando. - Identifique suas habilidades e limitações
Não adianta começar a utilizar as dicas sem entender o porquê de trabalhar a Gestão Emocional e sem compreender quais são as suas próprias facilidades e dificuldades. É fundamental que possam entendê-las de maneira verdadeira. Se tiver dificuldades, pergunte aos colegas de trabalho ou familiares. Isso vai ajudá-lo a melhorar os pontos fracos. - Respeite
Saber respeitar as opiniões, visões e crenças dos pacientes, familiares e colegas de trabalho é crucial para evitar discussões, desafetos e quaisquer dificuldades que tenham nas relações. Seja flexível com as opiniões e evite que um simples comentário possa colocar em jogo aquilo que está construindo. - Comunicação construtiva
Para a comunicação, é importante sempre ouvir o que o outro tem a dizer antes de falar ou criticar. Assim, o ambiente se torna propício ao diálogo e contribui para uma comunicação assertiva tanto com a equipe de trabalho quanto com os pacientes e familiares. - Seja um motivador
A saúde das suas emoções também está associada à sua motivação e à da equipe com quem trabalha/se relaciona. Quando há motivação em fazer algo por uma causa maior, o trabalho fica ainda mais satisfatório e traz bons resultados. Em um estudo sobre o estilo de liderança de um enfermeiro-chefe, por exemplo, concluiu-se que aquele enfermeiro que leva em consideração os sentimentos e emoções dos demais enfermeiros de sua equipe, é considerado o maior motivador do grupo para atingir os objetivos. Dessa forma, a equipe trabalha por prazer e não por obrigação, desenvolvendo um trabalho de qualidade e promovendo o bem-estar dos pacientes, principal alvo da estrutura hospitalar.
Cursos em Saúde Mental
A Escola de Educação Permanente do HCFMUSP oferece diversos cursos em Psicologia e Saúde Mental, nas modalidades presencial e EAD. A iniciativa atende a uma demanda cada vez mais crescente por profissionais na área. Estudos recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) posicionaram o Brasil entre os líderes mundiais em transtornos como ansiedade e depressão.
Especialização em Psicologia Clínica Hospitalar – Possibilita ao psicólogo a integração dos conhecimentos teóricos à prática no contexto hospitalar e desenvolve condutas éticas com foco na excelência profissional.
Terapia Comportamental e Cognitiva em Saúde Mental – Capacita o profissional a tratar os principais transtornos psiquiátricos e problemas de saúde mental, assim como a compreender as dificuldades primordiais da clínica psiquiátrica contemporânea.
Especialização em Psicoterapia Dinâmica Breve – Habilita profissionais atuantes na área de saúde mental, médicos e psicólogos para realizarem psicoterapia breve de orientação psicanalítica tanto no âmbito institucional como no privado.
Especialização em Neuropsicologia e Saúde Mental – Qualifica o psicólogo na intervenção diagnóstica e terapêutica junto aos transtornos neuropsiquiátricos, bem como nas equipes interdisciplinares de saúde em instituição hospitalar psiquiátrica.
Especialização em Neurociências – Proporciona desde os conceitos neurocientíficos básicos até aspectos avançados de processos cognitivos e mentais, passando por aspectos de metodologia, redação científica, estatísticas e neurociências aplicadas.
Interessados em saber mais sobre os cursos em Saúde Mental podem acessar diretamente o site da EEP.