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Jogo das apostas

Carved from an elephant tusk, an intricate ivory saltcellar stands only 10 inches high, but its myriad details make a massive impact. Four European males—two richly attired men and their servants—support a receptacle for salt, which is in turn crowned by a ship. Housed today in Paris, France’s Quai Branly Museum, the saltcellar was fashioned around the 16th century by the highly trained artisans in Africa’s kingdom of Benin (in what is modern Nigeria).

According to Kathy Curnow, associate professor of African art history at Cleveland State University, saltcellars like this one were made by a small group of artists (six or seven men) who belonged to a hereditary, male-only guild of ivory carvers. Their highly sought skills were passed down through the generations through demanding apprenticeships: “Growing up watching their elders’ techniques gave them a facility with ivory that surpassed that of contemporary European artists who had less access to this material,” Curnow said. (Discover the human toll from modern-day ivory poaching.)

In 1485 Portuguese traders became the first Europeans to contact the kingdom of Benin, one of the oldest and most highly developed states in West Africa. Benin’s kings were known as obas, who held court at Edo, later called Benin City (located about 200 miles east of modern Nigeria’s largest city, Lagos).

Obas controlled what could be traded to the Europeans, and his permission was necessary for to merchants to trade with Benin. In the 15th and 16th centuries, the obas traded enslaved people, leopard skins, and pepper with the Portuguese for firearms, cloth, cowrie shells, coral, and alcohol. (The enslaved people who landed in colonial Virginia in 1619 came from another West African kingdom.)

Among the goods the Portuguese also sought were beautiful carved items of ivory made by Benin’s artisans. The oba allowed his craftsmen to fulfill Portuguese requests for ivory souvenirs, in the form of carved saltcellars, spoons, and hunting horns—the first pieces of African art produced for sale abroad as exotic objects. This saltcellar is one of four similar ivory pieces that are held in different collections around the world, including the Metropolitan Museum of Art and the British Museum, as exemplary pieces that highlight the skill and workmanship of Benin’s artists. (Here's how the bronze Benin statues are reigniting debate over who has the right to own and display Africa's heritage.)

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Um orifício no muro do topo do Estádio da Tapadinha, em Lisboa, permite espreitar para o relvado daquele que já foi um dos recintos desportivos mais emblemáticos da capital. Mas o campo do Atlético Clube de Portugal, um clube histórico — dos 15 com mais participações na Primeira Liga —, exibe claros vestígios de decomposição: as paredes descascadas, ervas a nascer nas bancadas e painéis publicitários em derrocada. “É como se um vírus tivesse entrado pelo portão e consumido lentamente o corpo do clube”, diz José, um adepto que leva o filho aos treinos. Uma figura de estilo que não foge muito dos factos: em 2013, a antiga direção do Atlético, liderada por Almeida Antunes, vendeu 70% da SAD à Anping Football Club Limited, uma empresa sediada em Hong Kong e propriedade do chinês Mao Xiaodong (conhecido no Ocidente como Eric Mao), já indiciado pela UEFA por fortes suspeitas de corrupção na combinação de jogos para apostas. O preço: 175 mil euros, dos quais apenas 50 mil foram pagos. Desde então, o Atlético desceu duas divisões, desmembrou-se entre SAD e clube (tem duas equipas, uma da SAD e outra do clube), perdeu sócios, enterrou-se em dívidas e foi investigado por suspeitas de manipulação de resultados.

Na bancada, junto à secretaria, o presidente recém-eleito, Ricardo Delgado, de 38 anos, olha em redor na tentativa de encontrar uma solução para salvar a instituição. “O Atlético foi sequestrado tanto financeiramente, com várias contas por pagar, como desportivamente, porque o regulamento não permite que a equipa do clube [na 2ª divisão distrital] ultrapasse a da SAD [duas ligas acima, na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Lisboa]. Nós só queremos distância em relação aos investidores e restituir a honra ao clube”, diz. Uma distância que é facilmente comprovada na secretaria — os gestores da SAD foram expulsos do estádio, não há números de telefone e mesmo a correspondência, com muitas dívidas, é devolvida à procedência.

Em maio de 2016, Armando Hipólito, acabado de ser empossado como presidente, perdeu a paciência e fechou a cadeado as instalações da Tapadinha usadas por Xialong “Bruce” Ji e Xinxin “Nancy” Cao, os representantes de Eric Mao em Alcântara. “O ‘Bruce’ é um homem sem qualquer dignidade, sem escrúpulos”, acusa Hipólito. “Pressionava os treinadores para colocar em campo os jogadores que queria e chegou a forçar a entrada no balneário. Nas reuniões, olhava para o teto, desprezando completamente o que lhe dizíamos. Nunca deu um cêntimo para o aluguer das instalações e tinha à porta um carro alugado que nunca pagou. Tivemos de ligar à empresa para vir cá buscar a viatura.” Mao raramente foi visto pela Tapadinha. “Nancy” deixou de aparecer em novembro de 2015. “Bruce” Ji acabou por se tornar o único rosto asiático da SAD. Envolveu-se em muitos conflitos: acabou a primeira época aos empurrões com o treinador Jorge Simão, que viria a orientar o Sporting de Braga, e levou mesmo uma bastonada na cabeça de Fernando Piedade, à época vice-presidente do clube. “Mas fizeram as pazes e hoje são amigos”, diz um ex-dirigente. Hipólito afirma que o chinês nunca ostentou uma vida faustosa e que mandava vir pizzas quase todos os dias para o seu escritório.

“Não podemos pensar nestas pessoas como elementos da máfia clássica, bem vestidos, com bons carros e em restaurantes caros. Muitos destes tipos, e este deve ser mais um caso, são jogadores compulsivos, arrastados para redes internacionais de manipulação de resultados. Todo o dinheiro que ganham nos jogos que combinam acabam por gastá-lo em apostas normais”, diz o italiano Francesco Baranca, secretário-geral da Federbet, uma organização que monitoriza as apostas desportivas online e luta contra os jogos combinados.

Baranca foi dos primeiros a alertar para os perigos do investimento chinês no Atlético, mesmo antes de a UEFA, em 2014, ter enviado às autoridades desportivas portuguesas um documento secreto que denunciava os antecedentes de jogos arranjados por Eric Mao na Letónia e na Estónia e as suas prováveis ligações a Wilson Raj Perumal, um antigo cabecilha do Sindicato de Singapura — a mais prolífera organização de fraude em apostas desportivas —, que viciou largas centenas de partidas em todo o mundo. A carta acabou por ser revelada no Football Leaks. “Eric Mao é uma personagem suspeita com ligações próximas a jogos combinados. Ele é CEO da Anping Football Club Limited e dono do Beijing Glory FC e é também suspeito de manter negócios na Estónia e na Letónia”, escreveu o Sistema de Deteção de Fraude nas Apostas (BFDS).

“As organizações criminosas atuam a partir de diferentes zonas do globo, com destaque para a Ásia, onde estão sinalizados alguns dos principais rostos da criminalidade associada à viciação de resultados e onde são detetados os mais elevados volumes de apostas” diz Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF). “Estas organizações procuram intermediários nos países em que querem atuar, sejam agentes, dirigentes, árbitros ou jogadores. Pretendem construir parcerias e criar relações de confiança para garantir como resultado final a manipulação dentro de campo.” Segundo dirigentes do Atlético, a Anping de Mao chegou a Alcântara através do treinador Nelo Vingada, ex-jogador do clube, e do atleta guineense Almani Moreira, ex-Boavista e que viria a representar o Atlético entre 2013 e 2015, ambos com passagens pela China.

De acordo com o “Asian Times”, jornal de Hong Kong, Mao ajudou Vingada a recuperar dinheiro quando o clube que então treinava, o Dalian Shide, colapsou devido à prisão e posterior morte do seu proprietário, Xu Ming, em consequência de um escândalo político. Como contrapartida, o técnico introduziu o chinês à direção do Atlético e assumiu a presidência da nova SAD no seu primeiro mês de vida. Confrontado com a ligação na sua recente apresentação como selecionador da Malásia, Vingada comentou: “Eu não tenho relação com Mao [. ]. O presidente do clube, e não Mao, perguntou-me se eu podia ajudar, devido à minha experiência na China. Eu aceitei porque tinha jogado no clube.” De qualquer das formas, ninguém, desde a direção do Atlético a Nelo Vingada, passando pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ou pela polícia, se apercebeu do potencial fraudulento do acordo. “Existem diversos fatores que tornam as competições em Portugal vulneráveis à manipulação de resultados. Do lado dos clubes, as dificuldades financeiras, potenciadas por uma gestão irresponsável e pela dificuldade em obter financiamento por vias normais, facilitam o aparecimento de investidores que fazem depender os apoios concedidos ao envolvimento nestas práticas. Os clubes tornam-se reféns destas organizações criminosas. Do lado dos jogadores, quanto mais precária for a sua situação contratual, com salários em atraso, maior é a vulnerabilidade. Destacam-se ainda contextos de dependência, o vício no jogo e no álcool, por exemplo, que culminam no endividamento dos agentes desportivos”, explica Evangelista, que defende um maior rigor na identificação dos investidores estrangeiros.

“Defendemos que o regime jurídico das SAD deve merecer uma reflexão, por forma a tornar mais transparente a proveniência dos capitais e, consequentemente, a garantir um maior controlo e fiscalização.” Foi recentemente criada uma linha de denúncia anónima para jogadores aliciados para viciar resultados, gerida pelo SJPF e pela FPF, no âmbito do programa “Deixa-te de Joguinhos”.

O guarda-redes letão Igors Labuts, sinalizado 17 vezes por viciação de resultados, foi das primeiras contratações do Atlético quando os chineses chegaram ao clube

Quando os sócios do Atlético se aperceberam do erro, era tarde demais. Ao plantel tinham chegado jogadores como o guarda-redes letão Igors Labuts, sinalizado 17 vezes por viciação de resultados, ou Ibrahim Kargbo, capitão da seleção da Serra Leoa, suspenso da equipa nacional pelo mesmo motivo. Uma longa investigação do jornal romeno “Gazeta Sporturilor” coloca ainda os futebolistas Silas, ex-internacional português, bem como o já referido Almani Moreira na lista de jogadores do Atlético indiciados pela BFDS. “Já na altura, havia coisas demasiado evidentes. O guarda-redes letão fartava-se de dar frangos”, diz Armando Hipólito. “Na derrota por 3-2 contra o Oriental, em que a Polícia Judiciária fez detenções no fim do encontro, deixou passar uma bola por baixo dos braços. E, já esta época, pareceu-me muito suspeita a derrota por 8-0 contra o Casa Pia.” No entanto, e apesar de as agências internacionais terem registados movimentos pouco usuais de apostas em alguns jogos do Atlético, nada foi provado. O Atlético ainda tentou em tribunal reaver os 70% que tinha vendido: perdeu, porque a direção esqueceu-se de formular o protocolo de colaboração indispensável para o negócio. Eric Mao e “Bruce” Ji continuaram no poder.

Com o passar do tempo, conseguiram angariar algum apoio. José Francisco, diretor comercial de uma empresa de brinquedos e pai de um antigo jogador do clube, aproximou-se da cúpula chinesa. “Passou a andar atrás do ‘Bruce’ para todo o lado, acompanhava-o nas reuniões, embora não tivesse qualquer cargo oficial na instituição”, diz um ex-dirigente. Essa convivência terá levado à constituição da Pré Season, Unipessoal, Lda., com Francisco como CEO, uma empresa sediada num 5º andar de um bairro residencial da Amadora, com atividade aberta para a organização de feiras, congressos e outros eventos familiares. No entanto, a principal ação da nova companhia foi o acordo com o Athlone Town, um clube da segunda divisão irlandesa, investigado por viciação de resultados e tido como mais uma peça da rede mafiosa comandada por Mao (ver caixa). Francisco tem outra teoria: diz que a Pré Season não tem participação chinesa, que saiu do Athlone passados três meses devido a problemas entre os jogadores locais e os estrangeiros e que não só não foi contactado pelas autoridades como foi a sua empresa que chamou a polícia ao estádio da equipa. “A Pré Season estabeleceu um acordo de cooperação com o Athlone virado para as mais-valias dos atletas que lá colocámos. Foi dada uma lista de jogadores, e eles escolheram os que queriam. Nunca tive nada a ver com apostas desportivas”, diz. Para o emblema britânico, transitaram antigas caras conhecidas de Alcântara: o treinador Ricardo Cravo, os jogadores José Viegas e Dery Hernández e, pasme-se, o guarda-redes letão Igors Labuts, que entretanto tinha ido fazer uma época à Letónia, no Spartaks Jurmala, também na lista de possíveis batoteiros, além do técnico português Ricardo Monsanto, que saiu numa fase prematura da época. “Não fui eu que coloquei o Igors no Athlone. O facto de ter jogado anteriormente no Atlético não passa de coincidência”, alega José Francisco. As autoridades irlandesas oficializaram no passado dia 7 de julho a acusação sobre quatro elementos do Athlone — três jogadores e um elemento da equipa técnica —, embora não sejam ainda conhecidas as suas identidades.

Um jornal de Hong Kong envolveu o treinador português Nelo Vingada com Eric Mao, um dos principais cabecilhas do negócio mundial de apostas em jogos de futebol

Já “Bruce” Ji, continuava o seu processo de integração em Portugal. Residia na Ajuda e não lhe eram conhecidos muitos amigos. Exceto um: Omar Scafuro, o italiano de origem libanesa que, no final de 2013, tomou conta do Beira-Mar. “Ele falava muito dele e dizia que eram próximos”, testemunha Admar Hipólito, à época responsável pelo futebol da SAD do Atlético, que também saiu em conflito com os investidores asiáticos. Tal como Mao, Scafuro já era internacionalmente conhecido pelas suas burlas: em 1999, tentou comprar o Avelino, da série B italiana, alegando que tinha o apoio do AC Milan (provocando um famoso desmentido de Silvio Berlusconi, que disse que para ele “Avelino [no sul de Itália] é tão desconhecido como a Patagónia”), fugiu de Itália com 3 milhões de euros obtidos numa fraude financeira, e no Brasil fundou um obscuro clube de futebol chamado Leme. É daí que chega a Aveiro, trazendo com ele o filho adotivo, o brasileiro Willyan Barbosa (atual atleta do Vitória de Setúbal, formado no Leme, transferido para o Torino e depois emprestado ao Beira-Mar, que o acabou por comprar com uma cláusula de rescisão de 2 milhões de euros), e um carregamento de italianos: os jogadores Andrea Cocco, Manuel Daffara e Claudio Zappa, e ainda o treinador Daniele Fortunato, antigo futebolista da Juventus e da Atalanta. Parecia tudo bem, mas desconheciam-se dois pormenores: primeiro, que Scafuro não pagaria um tostão pelos 84,9% da SAD que tinha adquirido, que forjaria cheques e o patrocínio da Pieralisi, uma empresa industrial italiana; segundo, que as suas contratações transalpinas tinham em comum a passagem pelo Albinoleffe, o clube mais envolvido no “Scommessopoli”, o escândalo de fraude e viciação de resultados do futebol italiano, em 2011, que apurou que o emblema de Bérgamo estava totalmente nas mãos dos sindicatos asiáticos de apostas ilegais e da máfia italiana. Nessa equipa, jogou ainda o romeno Cristian Muscalu, ex-companheiro de equipa de Kargbo nos azeris do FC Baku, também suspeito de manipulação.

Scafuro deixou de pagar aos jogadores e aos restantes funcionários. Em março de 2015, demitiu-se da SAD, deixando em insolvência o Beira-Mar, uma instituição com mais de 90 anos com um estádio novo feito à medida do Euro-2004. Os aveirenses não conseguiram reunir os requisitos financeiros para se inscreverem nas ligas profissionais e caíram para os distritais. O italiano desapareceu — procurado em Portugal por fuga ao IVA e emissão de cheques em branco, foi localizado numa operação de trânsito na Roménia, onde disse estar a viver em Milão. Uma grande mentira. Assim que saiu de Aveiro, Scafuro assumiu a liderança da SAD do FC Academica Clinceni, da Roménia. Os investidores? A Anping, de Eric Mao. E mais uma época com enorme potencial para a viciação de resultados. Meses depois, o italiano voltou a desaparecer, deixando as roupas no estádio da equipa. O seu paradeiro é desconhecido.

Ricardo Cravo, à esquerda no banco do Athlone, transitou do Atlético para o clube britânico, levando vários jogadores

De amarelo e negro no Beira-Mar de Scafuro jogava o defesa central brasileiro Diego Tavares, que como os seus colegas, ficou com cinco meses de salários em atraso. No verão de 2015, transferiu-se para o Oriental, clube alfacinha, onde passou a ser um dos atletas mais bem pagos, com um salário de cerca de 1500 euros mensais. Mas Tavares não podia ter acabado a temporada em Marvila da pior forma: foi detido após a última jornada do campeonato por suspeitas de envolvimento no caso “Jogo Duplo”, que vai levar 28 agentes desportivos a tribunal como arguidos no maior escândalo nacional relacionado com viciação de resultados ligados a apostas. De acordo com o inquérito, o brasileiro desempenhou um papel central: foi ele que, entre outras incidências, aceitou os 30 mil euros propostos pela célula malaia a operar em Portugal — composta por Chun Keng Hong, Yap Thong Leong e Lim Gin Seng — para aldrabar o resultado do Penafiel-Oriental, disputado a 30 de abril de 2016. As autoridades acreditam que tudo estava feito para que o Oriental sofresse pelo menos dois golos na primeira parte (over 1.5) e mais de três golos no total do jogo (over 2.5), num ‘esquema’ intermediado por Carlos “Aranha” Silva, elemento da claque Super Dragões, e Gustavo Oliveira, ex-jogador de equipas amadoras do distrito de Aveiro. Tavares terá conseguido angariar três colegas de equipa: o guarda-redes Rafael Veloso e os defesas João Carvalho e André Almeida, com a promessa de 7500 euros para cada um. “Nós nunca suspeitámos de nada. Se isto se confirmar, é como ser traído pela própria mulher”, diz José Nabais, o presidente do Oriental, que abandonou recentemente a direção sem qualquer dívida e que viu a sua boa gestão reconhecida pela UEFA em 2014, aquando da realização da final da Liga dos Campeões em Lisboa, com a atribuição de um campo relvado ao clube. “Recordo-me de ver o Diego Tavares a rir-se ao telefone no final da partida, mas, no momento, estava longe de pensar que pudesse estar relacionado com isso.”

Wilson Raj Perumal, um conhecido viciador de jogos de Singapura, foi sócio de Eric Mao

O acordo terá sido selado numa chamada por videoconferência com Yap Thong Leong, que lhes terá prometido ainda um bónus de 5 mil euros por cada penálti assinalado. O trabalho foi realizado lentamente desde o apito inicial: nos dois primeiros golos, diz a investigação, Diego Tavares e André Almeida não ofereceram oposição aos adversários, e, no terceiro, Rafael Veloso dá um enorme ‘frango’, evidente nas imagens televisivas. “Por estar convencido de que Tavares teria recebido dinheiro para perder o jogo, o treinador do Oriental, Jorge Andrade, substituiu-o aos 58 minutos”, lê-se na acusação do DIAP. Sem problema, uma vez que os intervenientes julgavam que com o 3-2 os seus clientes estavam satisfeitos. Faltava, no entanto, um golo. Foi então que “Aranha” telefonou a Diego Tavares, que atendeu no balneário e lhe disse que já não podia fazer nada. O intermediário, em desespero, desceu a bancada para transmitir por gestos ao defesa esquerdo João Carvalho que três não chegavam. Era preciso sofrer o quarto golo. O lateral fica então especado à espera de um fora de jogo, enquanto Aldair Baldé, avançado do Penafiel, corre sozinho para a baliza para estabelecer o resultado final, já em período de descontos. “Aranha” e Gustavo Oliveira saíram do estádio aos saltos, a gritar golo. O resultado tinha valido centenas de milhares de euros aos seus patrões. De acordo com a acusação, verificou-se uma variação anormal das odds antes da partida, com incidência na derrota do Oriental por mais de três golos, tendo o live betting o mesmo padrão.

Nabais não sabe nada de apostas. Só sabe que teve de ouvir os sócios do seu clube gritarem “traidores” e “impostores” aos jogadores. Numa assembleia-geral, um referiu-lhe que neste caso imperava a presunção de culpa até se provar o contrário: todos envolvidos, ninguém é inocente. O presidente avançou com um pedido de indemnização de um milhão de euros a todos os que mancharam o nome do clube e, apesar da incredulidade de ter dois velhos jogadores da casa na lista de arguidos, só pede que se faça justiça: “Isto promove um clima de desconfiança insuportável. Hoje, quando um jogador falha um penálti, há quem questione se fez de propósito ou não. Tudo porque a sociedade apela ao facilitismo, publicita o jogo, o dinheiro fácil. Mesmo quem pode ganhar 500 a fazer o que gosta prefere fazer o que não gosta para ganhar 2000.”

Rui Dolores, de 39 anos, ex-jogador que representou, entre outros, o Boavista, o Paços de Ferreira e o Vitória de Setúbal, é outro dos arguidos do “Jogo Duplo”, suspeito de servir como intermediário nos negócios ilegais da célula malaia. No início da temporada 2014/2015, era treinador adjunto do Freamunde. Este podia ser o preâmbulo da investigação levada a cabo pela Federbet, a que o Expresso teve acesso, a uma das incidências mais escabrosas registadas nos últimos anos no universo mundial das apostas: o “jogo-fantasma” entre o Freamunde e a equipa espanhola do Ponferradina, virtualmente realizado na manhã de 4 de agosto de 2014. A partida foi anunciada no site do Freamunde, mas nunca podia ter acontecido, uma vez que os espanhóis não sabiam de nada e o clube nortenho havia jogado no dia anterior em Portimão, para a Taça da Liga. “Os jogos-fantasma são uma das formas de viciação utilizadas por grupos de crime organizado para ganhar ou lavar dinheiro”, diz um experiente corretor de apostas de uma casa com sede em Londres que preferiu o anonimato. “Podem ter ou não o envolvimento de um dos clubes em questão.” Inicialmente, suspeitou-se que um servidor ilegal tivesse introduzido o jogo no sistema, enganando as casas de apostas que disponibilizam as partidas aos seus utilizadores.

Contudo, a equipa da Federbet, que se deslocou a Portugal para investigar, chegou a uma tese diferente. “À mesma hora da partida, no campo marcado em São João de Ver, perto de Freamunde, jogaram duas equipas juvenis, com camisolas da Juventus, do Barcelona e do Real Madrid, e o resultado da partida foi o mesmo do do jogo-fantasma: 1-2”, diz Francesco Baranca. Surpreendidos pela coincidência, os especialistas quiseram saber mais: apuraram então que os jovens pertenciam a uma escola de futebol orientada pelo ex-adjunto do Freamunde Rui Dolores e que o responsável pelo campo tinha recebido 500 euros pelo aluguer. Confrontaram-no, mas ele não quis revelar mais nada. “Foi então que vimos um indivíduo a limpar o terreno e a olhar para nós. Parecia que queria dizer qualquer coisa. Discretamente, abordámo-lo, e ele disse-nos que contava tudo se lhe pagássemos umas cervejas”, diz Baranca. O funcionário do estádio relatou que lhe tinham entregue 20 euros para abrir a porta e que, na bancada, estava apenas um espectador, todo o tempo agarrado a um tablet. “Disse que estava a enviar informação sobre o jogo para a internet.” As campainhas de alarme soaram na cabeça da equipa da Federbet — para haver apostas em tempo real, as casas de jogo têm de enviar para o terreno um elemento para recolher informação sobre estatísticas e ocorrências da partida. Era tudo muito estranho. Assim, decidiram deslocar-se à sede do SC Freamunde para obter mais dados. O presidente do clube, Manuel Pacheco, não lhes levantou suspeitas, mas o mesmo não aconteceu com o diretor desportivo, Hilário Leal: “A primeira coisa que disse quando entrou na sala de reuniões foi: ‘Eu nunca apostei na vida.’ Mas, pouco depois, contou que era amigo dos Gaucci [clã italiano cujo patriarca é Lucciano Gaucci, o controverso ex-dono do Peruggia que contratou o filho de Kadhafi]”, afirma Baranca. Posteriormente, os oficiais da agência dizem ter recolhido indícios de que Hilário, tal como Dolores, era um apostador habitual. O dirigente do Freamunde defende-se: diz que não sabe nada sobre o jogo-fantasma, que nunca fez uma aposta e que os Gaucci são tão seus amigos como tantos outros italianos que conheceu durante a permanência em Peruggia. “Eu já fui ouvido duas vezes pela PJ e disse-lhes que fui sempre contra a manipulação de jogos no Freamunde, ao ponto de na altura ter recebido cartas com ameaças.” A ligação italiana não fica por aqui: o grosso de apostas no jogo que nunca existiu veio de uma faixa de terra entre Nápoles e Reggio Calabria, onde operam organizações mafiosas como a Camorra e a ’Ndrangheta. As apostas desportivas são muito usadas pelas máfias para lavagem de dinheiro — mesmo quando não conseguem obter ganhos com jogos viciados, o sistema permite-lhes diminuir as perdas abaixo dos 20%, um valor bastante apetecível nesta atividade.

Almeida Antunes, ao telefone, era presidente do Atlético quando a Anping, de Hong Kong, comprou 70% da SAD

O advogado Miguel Azevedo Brandão, atual presidente da SAD do Freamunde, diz que ainda se desconhece o que se passou em São João de Ver. “Ainda não estava no clube e, por isso, não estou a par do que aconteceu. Mas acho que a anterior direção foi chamada pela PJ para prestar depoimentos.” Azevedo Brandão tem razão: na altura em que aconteceu o incidente tinha acabado de mediar o acordo fraudulento entre Scafuro e o antigo dono do Beira-Mar, o iraniano Majid Pishyar, que chegou a acusar o português de conluio com o italiano (Scafuro utilizou a empresa Equação Troféu, com sede no endereço legal de Azevedo Brandão, para “encapotar a burla”, nas palavras de Pishyar). O advogado nega e diz-se igualmente enganado: “Era era bem falante, inteligente e vinha com uma multinacional italiana por trás. Não desconfiei. Depois, não pagou, eu não me revia naquilo e percebi que era um buraco sem fundo. Decidi sair.” Pouco tempo depois, o advogado voltou a trabalhar com investidores estrangeiros na compra de um clube português: desta feita, uma empresa argentina interessada no Freamunde. Concluído o acordo, foi convidado a assumir a gestão da SAD. “Como os dois argentinos não estavam cá a tempo inteiro e não conheciam o mercado português, optaram por me convidar para ficar e tentar fazer uma coisa em condições.” Porém, não lograram os seus objetivos: vender os jogadores argentinos colocados a rodar no clube. Entretanto, o Freamunde desceu ao terceiro escalão e os investidores querem desfazer-se do negócio. Ao contrário do que se passa em outros clubes, tudo indica que o Freamunde vai conseguir reaver o controlo da SAD. “Os clubes portugueses são apetecíveis, porque estão mais ou menos bem preparados e são baratos. O investimento estrangeiro é bem-vindo mas tem de ser regulado, tem de haver cuidado por parte das instâncias, saber de onde vem o dinheiro, as apostas e ilegalidades que possam surgir”, diz Azevedo Brandão, que liderou pessoalmente dois negócios ruinosos.

Os tentáculos deste gigantesco polvo das apostas chega a todo o lado e não dá sinais de fraqueza. O relatório de 2016/2017 da Federbet, que vai ser divulgado somente em setembro, sinaliza cerca de 500 jogos no mundo, cinco dos quais em Portugal: dois na Primeira Liga, o Feirense-Rio Ave (2-1) e o Paços de Ferreira-Feirense (0-1), e três na segunda, cujos detalhes não foram divulgados. A imprensa veiculou várias teorias sobre a suspensão de apostas nas duas partidas da Liga NOS: desde a jogada de 100 mil euros de um chinês na Póvoa de Varzim até ao registo de 50 mil euros no mesmo NIF em Santa Maria da Feira, passando por uma decisão unilateral da Santa Casa da Misericórdia, tutelar do Placard, apenas pelo alto risco financeiro. A Liga encarregou-se de descobrir o que se passou, mas o facto de a mesma equipa, o Feirense, estar envolvida nos dois incidentes levantou fumo para os lados de Santa Maria da Feira. Num comunicado oficial após a vitória contra o Paços de Ferreira, a SAD declarou: “Toda esta situação, além de voltar a colocar em causa o bom nome do futebol português, lançou dúvidas e suspeição de forma irresponsável sobre duas instituições de prestígio no panorama desportivo nacional [. ]. Em comum nas duas situações apenas dois aspetos — o envolvimento do nome do CD Feirense Futebol SAD e a insistência em apostas na vitória do clube de Santa Maria da Feira. O segundo aspeto, por si só, seria suficiente para confirmar o total alheamento dos elementos afetos a esta sociedade desportiva de toda e qualquer eventual polémica.” Baranca diz que não é bem assim: “Não querendo acusar ninguém, há inúmeros casos de equipas que compram outras e depois informam as redes de apostadores. É preciso investigar para afastar a suspeição.” O principal investidor do Feirense, o nigeriano Kunle Soname, é um entendido no assunto: fundou a Bet9ja, o equivalente nigeriano do Placard, que é um tremendo sucesso no país africano. Jorge Gonçalves, presidente do Conselho de Administração, diz que o tema não preocupa o clube: “Estamos de consciência tranquila, nem sequer temos um advogado a tratar disso. A Liga tomou conta das ocorrências e está a investigar.”

Não é nas divisões principais que o fenómeno é mais preocupante, mas sim nas secundárias, profundamente vulneráveis. Progressivamente, o espectro das apostas chega até às camadas jovens: é possível realizar apostas em partidas de sub-15. No futuro, talvez chegue às escolinhas e até aos videojogos, uma vez que já há companhias de apostas a posicionarem-se em Malta para se dedicarem às apostas em torneios da FIFA. Preso no meio desta teia, Ricardo Delgado pensa em refundar o Atlético. Em último caso, um novo nome, uma nova vida. “Há duas semanas, fui almoçar com o ‘Bruce’ e perguntei-lhe quanto queria pelos 70%, para nos vermos livres dele. ‘Um milhão’, respondeu. Afundou o clube, desceu-o duas divisões, manchou-lhe o nome e pede quase dez vezes mais do que o preço de compra.” Mesmo que o Atlético nasça outra vez, não fica a salvo de novos esquemas de manipulação. Ninguém está. Wilson Raj Perumal, o cabecilha da máfia das apostas, já disse mesmo que “o futebol arrisca-se a tornar-se uma espécie de wrestling, com tudo encenado”. Talvez seja um exagero, mas mais vale prevenir, porque esta realidade não vai parar de um dia para o outro. Muitos mais jogos serão viciados. Vai uma aposta?

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Jogo – Podemos apostar nele?

O mundo dos jogos de azar é muito parecido com o das drogas. Você não injeta, fuma nem cheira as apostas, mas, se quiser, tem ao seu dispor jogatinas legais como a bebida ou ilegais como a cocaína. Existem também jogos viciantes como o crack e outros menos perigosos. Há quem aposte durante a vida inteira sem qualquer problema e há quem sinta tonturas, enjôos e depressão se passar um só dia longe de um caça-níqueis. Até os problemas sociais são parecidos: alguns acreditam que os jogos estejam intimamente ligados à criminalidade e outros não encontram relação alguma. Mas, acima de tudo, os dois – narcóticos e cassinos – movimentam bilhões e não se chega a um acordo sobre se o melhor é proibir ou liberar.

Existe, no entanto, uma grande diferença: a turma pró-jogo até agora está ganhando a partida no planeta. O Brasil está entre as exceções. Além de Cuba, somos o único país entre as principais nações turísticas que ainda não colocou todas as fichas em um negócio que, pelo menos à primeira vista, é uma mina de ouro. Os cassinos norte-americanos, por exemplo, faturam por ano mais de 30 bilhões de dólares. Será que estamos certos ou errados? Com a polêmica em torno dos bingos ainda fresca na memória (em março último, o governo Lula fechou as casas e depois teve que voltar atrás), esse é um bom momento para debater o assunto em toda sua complexidade médica, econômica, social e moral. É o que tentamos fazer nas próximas páginas.

Como nossas leis tratam os jogos de azar?

Em tese, o modelo atual é bastante simples: o governo federal detém o monopólio da jogatina no Brasil. Pode parecer um tanto fora de moda, mas é assim que a coisa funciona há mais de meio século. Desde então, se você lida com jogos de azar e não é o governo federal, você teoricamente é um contraventor. “No entanto, a lei não vem sendo cumprida. Até mesmo os estados desrespeitam a legislação vigente. As loterias estaduais se tornaram concorrentes diretas do governo federal”, diz Paulo Campos, Superintendente Nacional de Loterias da Caixa Econômica Federal.

Reza a lenda que a jogatina caiu em desgraça por obra da mulher do presidente Getúlio Vargas, Darcy Vargas. Um belo dia, ela teria voltado da igreja com a missão de convencer o marido a acabar de vez com um “antro de perversão”, o Cassino da Urca, a mais famosa casa de jogos do Rio de Janeiro, então capital federal. Lenda ou fato, a realidade é que em 1941 a lei 3688/41 botou na ilegalidade todo mundo que ganhava a vida girando roletas. Duas décadas depois, em meados dos anos 60, o governo estatizou de vez os jogos de azar, criando as loterias esportivas. A intenção na época era nocautear o jogo do bicho, que, apesar de fora da lei, ia muito bem. O tiro não acertou o alvo, mas também não saiu pela culatra. O jogo do bicho está aí até hoje, atualmente com três extrações diárias. No entanto, as loterias foram um sucesso e se transformaram em excelente fonte de renda. Só no ano passado, as nove modalidades existentes (Mega-Sena, Lotomania, Dupla Sena, Lotofácil, Quina, Instantânea, Loteria Federal, Loteca e Lotogol) arrecadaram juntas 3,5 bilhões de reais. Para comparar, o movimento de loterias nos Estados Unidos é de 44 bilhões de dólares e, na Europa, entre 7 e 10 bilhões de dólares.

Em 1993, o cenário da jogatina mudou e casas de bingo começaram a pipocar país afora. Estranho? Sim, mas não é difícil entender como isso aconteceu. Uma nova lei, apelidada de Lei Zico, abriu o precedente. No cargo de ministro dos Esportes, o ex-jogador do Flamengo adaptou para o Brasil uma experiência espanhola em que os recursos obtidos com bingos são revertidos para o esporte. A Lei Zico determinava que entidades esportivas oficiais, com a fiscalização do governo federal, poderiam operar casas de bingo desde que 7% do faturamento bruto fosse investido em programas sociais. Como as tais entidades esportivas não tinham dinheiro para viabilizar negócios tão vultosos, ficou estabelecido que seriam permitidas parcerias com a iniciativa privada. Daí novas leis surgiram, outras regras foram estabelecidas e não se criou uma legislação específica para uma modalidade de jogo que, no fim das contas, acabava com o monopólio do Estado sobre a atividade. Virou uma bagunça geral, com os bingos funcionando – até agora, diga-se – na fronteira entre a legalidade e a ilegalidade. Afinal, basta se associar a um clube ou federação e você já poderá desafiar a regra que proíbe o jogo no país.

Dos 108 países que formam a Organização Mundial de Turismo, somente dois proíbem o jogo: Cuba e Brasil. O caso cubano dispensa explicações. A ilha de Fidel Castro é um mundo à parte. Por aqui, a proibição da jogatina se sustenta em três pilares: jogo exige uma estrutura de fiscalização de que o país não dispõe, atrai a bandidagem e vicia. As justificativas fazem sentido: cassinos e afins são historicamente ligados a problemas sociais e criminalidade. Mas os defensores dos jogos de azar também têm seu arsenal de argumentos que, no mínimo, merecem ser levados em conta. Cigarro e álcool também causam dependência e problemas sociais e nem por isso são proibidos. Por que então banir somente o jogo? É quando começa então a disputa em torno de cada um dos três argumentos.

O primeiro ponto – o de que a jogatina é muito difícil de se regular – tem bastante verdade. “Quando conseguimos comprovar uma irregularidade em uma empresa de bingos, ela desaparece e outra brota no lugar, o que torna impossível recuperar os impostos sonegados. Os donos são geralmente laranjas. Não temos nem como executar bens”, diz o secretário-adjunto da Receita Federal, Paulo Ricardo Souza Cardoso. Ele, que lida no dia-a-dia com os obstáculos para controlar a jogatina, diz que existem motivos suficientes para banir o jogo. “Posso garantir que essas casas sonegam, operam com equipamentos contrabandeados e, em muitas delas, a sorte do cliente é manipulada”, afirma. O ex-secretário da Receita Federal e hoje consultor tributário Everardo Maciel compartilha da opinião. “Pode um país em desenvolvimento, com tanta demanda de fiscalização, desviar recursos humanos e financeiros para o controle de uma atividade de alto risco? É uma visão ingênua, de quem está fora da máquina do governo, imaginar que há condições de fiscalizar um setor com tamanha tradição de corrupção”, diz.

O fato é que um mínimo de controle já traz bons resultados. Entre 2000 e 2001, os bingos foram fiscalizados pela Caixa Econômica Federal e, nesse período, a arrecadação de impostos girava em torno de 200 milhões de reais. Mas a Caixa logo saiu de cena por causa de um conflito de interesses: já controlava as loterias federais, concorrentes diretas dos bingos. “Depois que a CEF saiu do páreo, a arrecadação é praticamente insignificante”, diz Paulo.

Ok, a sonegação existe, mas nem todos concordam que erradicar os cassinos seja a única alternativa. No livro Teoria da Imposição Tributária, o jurista Ives Gandra, um dos mais renomados tributaristas do país, defende com unhas e dentes a liberação de toda e qualquer atividade que transite no limite entre a licitude e da ilicitude. Ele acredita que proibir diminui as receitas e estimula o crime organizado a assumir o controle (e os lucros) desses negócios. “A forma mais eficaz de desestimular uma atividade indesejável é a tributação elevada. Controle rigoroso e muito imposto são melhores para um país do que a clandestinidade”, diz Ives. Atualmente, como não há leis específicas, as casas de bingo pagam praticamente os mesmos impostos de um negócio qualquer. No caso do cigarro e da bebida, a história é diferente. De cada cinco cigarros vendidos, o governo abocanha quatro. Dependendo do tipo de bebida, paga-se até 75% do valor total.

A segunda questão do debate, a relação entre o jogo e o crime, também é polêmica. O principal ponto é a possibilidade de se utilizarem as casas de jogos de azar para a lavagem de dinheiro de outras operações ilícitas. Para o norte-americano James Wygand, ex-presidente no Brasil da Control Risks, uma das maiores empresas de investigação de riscos do mundo, não há dúvida de que jogo é um ramo que facilita a ação do crime organizado. Mas isso não seria uma razão para proibir o negócio. “Locais onde o giro de dinheiro em espécie é grande são propícios para lavar dinheiro. O problema, no entanto, não é do jogo em si. Nos Estados Unidos, a máfia já foi afastada dos cassinos. Depende de ação”, diz. Em tese, lavar dinheiro em apostas é bastante simples: basta combinar com o dono da casa e simular um prêmio. Com o comprovante de que o dinheiro foi ganho no jogo, o dinheiro, de onde quer que ele tenha vindo, sai limpinho. Só que, na prática, pode não ser tão vantajoso. “Lavar dinheiro em bingo é burrice e sai caro. O ganhador paga 30% de imposto sobre o valor do prêmio. Tem formas bem mais baratas”, garante Olavo Sales Silveira, presidente da Associação Brasileira de Bingos (Abrabin). Resta então o terceiro argumento a favor da proibição – o vício.

Taí uma pergunta que não gera polêmica. Entre os estudiosos, a resposta é um consenso: jogo, assim como álcool ou cocaína, pode causar dependência. A inclusão oficial do vício em jogatina no rol das patologias aconteceu em 1992, quando a Organização Mundial de Saúde botou o jogo compulsivo no Código Internacional de Doenças. Mas há muito tempo já se suspeitava que jogar faz mal à saúde.

No ensaio intitulado “Dostoiévski e o Parricídio”, escrito em 1928, o psicanalista Sigmund Freud associou o descontrole do escritor russo Fiódor Dostoiévski nas roletas aos eventos traumáticos de sua vida, principalmente a morte do pai. Para Freud, Dostoiévski, o jogador mais célebre da história, não jogava por dinheiro. Jogava porque era um viciado. A melhor descrição da sua compulsão está em seu livro O Jogador, de 1866, época em que não conseguia se afastar dos cassinos. “Com que emoção, que aperto no coração, eu ouvia os números do crupiê. Com que avidez eu olhava a mesa de jogo, na qual são esparramadas pilhas de peças de ouro que se desmancham sob o rodo em montes reluzentes como brasa. Antes mesmo de alcançar o cassino, só mesmo de ouvir o tilintar das moedas, eu me sentia prestes a desfalecer”, escreve Dostoiévski em um trecho do livro.

Se não fumamos, bebemos, cheiramos ou injetamos apostas, como nos viciamos em jogo? Para responder a questão, cientistas da Universidade Harvard (que, aliás, foi criada com o dinheiro do jogo), nos Estados Unidos, realizou uma experiência elucidativa. Eles deram cocaína a uma pessoa e uma máquina de apostas a outra e analisaram os dois com ressonância magnética funcional, uma parafernália que mede a atividade em cada parte do cérebro por meio do fluxo sanguíneo em cada região. O resultado foi que a cocaína e a máquina de apostas ativavam as mesmas estruturas cerebrais. “Quando um jogador está em ação, ele fica superexcitado, provocando no cérebro um aumento exacerbado de dopamina (neurotransmissor associado ao prazer). Quando ele pára de jogar, os neurônios alterados pedem mais dopamina, assim como pedem mais cocaína a um viciado na droga”, afirma a psiquiatra Valéria Lacks, do Programa de Atendimento ao Dependente (Proad), da Universidade Federal de São Paulo.

Não se sabe com precisão o número de jogadores compulsivos no Brasil – o que normalmente se faz é uma estimativa com base no tamanho do problema em outros países. Segundo a OMS, em sociedades urbanas desenvolvidas, 80% da população adulta faz uma fezinha pelo menos uma vez por ano. Desse mundaréu de jogadores esporádicos, 3% enfrentam problemas por causa de jogo, como dívidas ou desentendimentos familiares, e 2% são efetivamente doentes. Fazendo as contas, temos 4,08 milhões de potenciais jogadores patológicos e 2,72 milhões de viciados entre nós. Embora a ciência ainda não explique por que algumas pessoas viciam em jogo e outras não – já que praticamente todo mundo joga –, existem alguns indícios que lançam um pouco de luz na escuridão. Sabe-se que filhos de pais acoólatras têm predisposição a jogar. E que pessoas que são expostas freqüentemente a jogos de azar, como quem mora perto de um cassino, também. Os outros fatores de risco são: personalidade impulsiva, tendência ao isolamento, ansiedade e depressão. “Os jogadores patológicos têm perfil parecido. São pessoas muito inteligentes e estáveis financeiramente. Quando sofrem algum trauma, se descontrolam e destroem a vida no jogo”, diz a psicóloga Juliana Bizeto, do Proad.

O mundo dos jogadores compulsivos é bem mais sombrio do que imaginamos. Em estágios avançados da doença, eles sofrem com crises de abstinência: sudorese, tremores, náuseas, depressão aguda e até mesmo ataques cardíacos. Cerca de 18% deles tentam o suicídio. Assim como os dependentes de drogas, os viciados em jogo também se isolam do mundo, perdem o interesse pela família e pelo trabalho e só conseguem obter prazer apostando. Basta ir a uma reunião do Jogadores Anônimos, JA (no Brasil, são 14 grupos, espalhados em sete estados), para se ter a noção exata da ruína financeira, moral e física provocada pela jogatina. “Em 20 anos de jogo, perdi muito mais que dinheiro. Perdi o caráter. Só estou aqui porque fui parar na cadeia. Sou biomédico e minha sócia me denunciou por desvio de dinheiro no laboratório”, diz um homem de 45 anos. “A minha única inspiração na vida era o jogo. As máquinas caça-níqueis foram a minha ruína. Com elas arrumei o jeito ideal de perder dinheiro e de me destruir. Vim para cá depois de tomar mais de 100 comprimidos para dormir. Eu queria dormir para sempre”, afirma uma moça de 32 anos.

Sim. Mas, do ponto de vista médico, existem jogos leves e jogos pesados, tal como as drogas (veja a tabela à esquerda). Máquinas caça-níqueis, por exemplo, são consideradas o crack da jogatina. Segundo os estudiosos, entre 40% a 60% das pessoas que usam freqüentemente essas máquinas tornam-se compulsivas. Já as loterias seriam, digamos, a maconha. Não fazem bem para a saúde, mas também não causam grandes danos. “Quanto maior o intervalo entre a aposta e o resultado, menos viciante é o jogo. O resultado das loterias demora uma semana para sair. Então elas não são um grande problema. Nos jogos eletrônicos, o tempo é de microssegundos. A rapidez alimenta a compulsão”, explica Hermano Tavares, psiquiatra e fundador do Ambulatório do Jogo Patológico e outros Transtornos do Impulso (AMJO), do Instituto de Psiquiatria da USP.

Mas não é só a rapidez nos resultados que faz um compulsivo. Outros detalhes interferem, como o barulho de moedas caindo nas maquininhas caça-níqueis. “Alguém já viu cair notas?”, pergunta a psicoterapeuta Thais Grace Maluf, do Proad. “Os apostadores recolhem o dinheiro em baldes. Isso aumenta a sensação de ganho e, conseqüentemente, a vontade de jogar”, diz. Ela relata um teste feito nos Estados Unidos em que colocaram lado a lado duas máquinas, uma com barulho e outra silenciosa. “As pessoas jogaram menos nas máquinas sem barulho”, afirma Thais. O ambiente dos cassinos e bingos também são considerados fatores de risco. “Os jogadores ficam extremamente confortáveis. Algumas casas oferecem bebida e comida de graça. Como não há relógios ou janelas por ali, perde-se facilmente a noção de tempo”, diz a psicóloga Regina Britzky De Sorde, também do Proad. “Tudo é preparado para seduzir. E o intervalo de apostas, claro, é o menor possível. Normalmente nem esperam a pessoa saber se perdeu ou ganhou para iniciar outra rodada”, diz.

A distinção entre jogos leves e pesados criou até mesmo uma opção diferente de tratamento para os jogadores compulsivos. O novo conceito não propõe como meta que o jogador abandone o vício de uma vez por todas. A idéia é apenas reduzir os danos. É a mesma lógica de se oferecerem seringas a viciados em drogas injetáveis para evitar a aids. “No caso dos jogadores, mostramos opções de modalidades de jogo menos aditivas”, afirma a psicóloga Juliana.

Proibir resolve o problema da dependência?

Muito pouco se sabe sobre a relação entre a facilidade de jogar e o jogo compulsivo. Pesquisadores defendem a relação como fato, mesmo sem pesquisas conclusivas sobre o tema. De tempos em tempos, surgem estudos que levantam a discussão. Pesquisadores da Escola de Medicina de Auckland, Nova Zelândia, por exemplo, fizeram o seguinte teste em 1996: analisaram ligações recebidas por um centro de apoio a jogadores patológicos seis meses antes e seis meses depois da inauguração do segundo cassino da Nova Zelândia. O número de chamadas aumentou de 510 para 826. Nos primeiros seis meses, 25% das ligações estavam relacionadas a corridas de cavalos e de cachorros, 49% a máquinas caça-níquel, 24% a cassinos e 2% se referiam a outras modalidades de jogo. Na segunda metade do trabalho, os telefonemas mencionando cassinos saltaram de 24% para 44%.

“Antes da liberação dos jogos de azar em praticamente todos os Estados Unidos, era facilmente perceptível a prevalência de jogadores patológicos nos locais onde a lei favorecia a exposição às apostas. Atlantic City, por exemplo, tinha a maior incidência de doentes do país”, diz Hermano Tavares, psiquiatra e fundador do AMJO. “O número de jogadores patológicos que atendemos quadruplicou com a abertura de casas de bingo em São Paulo”, afirma a psicóloga Juliana Bizeto, do Proad.

Como faltam provas e sobram indícios, muitos países onde o jogo é liberado estão alterando suas leis aqui e acolá na tentativa de diminuir o número de viciados e minimizar o impacto na sociedade. Na Austrália, país onde mais se joga no mundo (90% da população aposta pelo menos uma vez por ano), máquinas caça-níqueis e toda sorte de versões eletrônicas dos jogos de azar estão espalhados pelas cidades, em bares ou boates. O governo, no entanto, já acenou com a possibilidade de confiná-las apenas a lugares restritos ao jogo – ou seja, a cassinos.

“A legalização do jogo, de fato, trouxe muito lucro para o país. O dinheiro que antes abarrotava o bolso de criminosos agora enche os cofres públicos. Mas há uma conseqüência muito relevante nesse debate. O governo se tornou extremamente ambicioso na exploração de uma atividade que claramente causa problemas sociais”, afirmou o economista Peter Reuters, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, no livro Drug War Heresies (“Heresias da Guerra contra as Drogas”, inédito no Brasil). Liberal convicto, Reuters defende que, mesmo que o jogo gere renda, o Estado não pode se tornar também um jogador compulsivo. Tem, sim, que impor limites.

À primeira vista, jogos de azar são uma mina de ouro. É uma das indústrias que mais crescem nos Estados Unidos. Durante a década de 90, o faturamento dos cassinos mais que triplicou – saltou de 8,7 bilhões para 31,8 bilhões de dólares. Há uma década, havia roletas em apenas 20 cidades norte-americanas. Hoje existem cassinos em 200 cidades e a expectativa é de mais crescimento. A previsão de faturamento para 2004 dos cassinos de Las Vegas, meca dos jogadores, gira em torno de 7,6 bilhões de dólares. Atlantic City, outro reduto da jogatina, espera 4,4 bilhões. No geral, os cidadãos daquele país gastam atualmente mais dinheiro jogando que na soma dos gastos em entretenimentos como cinema, jogos esportivos, parques de diversões, compra de CDs e de livros.

No entanto, qualquer que seja o jogo, existe uma pessoa que perde para cada pessoa que ganha – e a regra continua valendo mesmo nessa escala de bilhões de dólares. É por isso que alguns pesquisadores começaram a investigar o desvio do dinheiro de outras atividades econômicas para a indústria da jogatina. Uma das principais pesquisas nesse ramo foi feita pelos economistas Earl Grinols, da Universidade de Illinois, e David Mustard, da Universidade da Geórgia, ambas nos Estados Unidos. Segundo eles, não se pode contabilizar o lucro dos cassinos sem subtratir do balancete final algumas pendências, como o efeito negativo das roletas em outros tipos de negócio, o gasto com jogadores patológicos e o aumento de criminalidade nos locais de jogatina. Botando tudo na ponta do lápis, os dois economistas calculam que os custos superam os ganhos em 27,5 bilhões de dólares todos os anos. “Essa é uma história engraçada. Em Atlantic City, há alguns anos, ficou muito famoso o caso do roubo de geléias e pães dos hotéis. A polícia descobriu que os funcionários perdiam todo o salário na roleta e, para não apanhar em casa, assaltavam a despensa”, diz o economista americano James Wygand, da Control Risks.

É claro que grande parte da discussão em redor do jogo – assim como acontece com as drogas – envolve questões morais e os valores de cada pessoa. Mas é essencial considerar todos os fatores econômicos, sociais, médicos e legais antes de defender um lado ou outro. Qualquer que seja a decisão, ela irá alterar o destino de milhões de pessoas e de bilhões de dólares. Pode apostar.

Rodada por rodada

A evolução das apostas na história

Velho e Novo Testamento fazem referência ao jogo, assim como a literatura clássica de boa parte das culturas. O Mahabharata, livro sagrado hinduísta de mais de 5 mil anos, conta a história de um rei indiano que apostou e perdeu as posses, o reinado, a esposa e, por fim, a liberdade

Torna-se popular na Europa o primera, jogo de cartas que daria origem ao pôquer dois séculos depois

A rainha Elizabeth I da Inglaterra cria a primeira loteria estatal do mundo. Já havia as particulares na Europa desde a Idade Média

Os ingleses exilados na América do Norte trazem na bagagem a experiência da terra natal. Loterias são amplamente usadas para arrecadar fundos nas 13 colônias. Harvard, a primeira universidade americana, é financiada pelo jogo

O psicanalista Sigmund Freud dá o primeiro passo para que o jogo compulsivo entre no rol de doenças oficialmente reconhecidas. No ensaio “Dostoiésvki e o Parricídio”, ele levanta a tese do jogo como vício

O governo Getúlio Vargas põe na ilegalidade todo mundo que ganhava a vida girando roletas no Brasil. Os jogos de azar entram na lista de contravenções penais do Código Penal

Um norte-americano chamado Jim W, inspirado nos Alcoólicos Anônimos, cria os Jogadores Anônimos

O jogo é estatizado no Brasil. O governo lança as loterias federais na tentativa de acabar com o jogo do bicho

O jogo entra para o Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde

Cartas na manga

Os argumentos contra e a favor da legalização dos jogos

Para o secretário-adjunto da Receita Federal, Paulo Cardoso, casas de bingo sonegam impostos. Como os donos são, na maioria, “laranjas”, fica impossível até mesmo executar bens para cobrir o prejuízo

O Brasil não tem estrutura para controlar jogos de azar, atividade que historicamente é ligada à corrupção

Cassinos e afins são lugares propícios para a lavagem de dinheiro porque lidam com muito dinheiro em espécie, o que facilita truques de contabilidade

Jogo causa dependência. A patologia já foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e atinge, em média, 2% dos jogadores

Há estudos comprovando a relação entre facilidade de jogar e jogadores patológicos. Lugares onde a lei favorece o jogo têm mais viciados

Nas contas da Associação Brasileira de Bingos (Abrabin) o Estado deixaria de ganhar 1,3 bilhão de reais em impostos se proibisse de vez a atividade. E ainda exterminaria 120 mil empregos

Com ou sem o aval legal, a jogatina acontece. Criar leis e meios para fiscalizar desvia os lucros de criminosos para os cofres públicos

Lavar dinheiro nas casas de bingo não vale a pena. Mesmo que se consiga simular os prêmios, os impostos pagos sobre eles são muito altos

A alta tributação é melhor que a proibição no combate ao vício. Além disso, cigarro e álcool também viciam e nem por isso são proibidos

O problema de uns não pode ser argumento para proibir o entretenimento de outros

Ranking do jogo

Os tipos de apostas mais viciantes

Quanto mais rápido o resultado da aposta, mais viciante ela se torna. Veja abaixo a lista dos jogos mais perigosos

2º Caça-níqueis ilegais em bares, padarias e estabelecimentos comerciais populares

Para saber mais

Os Impostos do Pecado – Sérgio Vasques, Universidade de Coimbra, Portugal, 1999

Drug War Heresies – Robert J. MacCoun e Peter Reuter, Cambridge University Press, EUA, 2001

O psiquiatra Hermano Tavares e o jurista Ives Gandra apresentam argumentos contra e a favor da liberação do jogo no Brasil. Ligue: (31) 8801 1234, código 151. A ligação é tarifada.

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Apostar no Stadia pode ser boa ideia! 100 novos jogos a caminho!

Apesar de todas as dificuldades que a Google já passou com o serviço de streaming Stadia, onde até foi necessário chegar a encerrar estúdios internos. A empresa parece não querer desistir deste serviço, que parece conseguir substituir quase na perfeição uma consola tradicional.

Afinal de contas, a premissa por detrás de toda a aposta é apelativa para o consumidor mais ‘normal’. Muito resumidamente, com o Stadia a todo o gás, irá ser possível jogar todo e qualquer jogo no máximo das suas capacidades, sem ter de investir num PC topo de gama ou consola de nova geração.

Dito tudo isto, apesar do encerramento do estúdio, a Google parece estar a planear algo em grande. Uma aposta que irá trazer mais de 100 jogos para a plataforma! A ideiaé conquistar mais jogadores para o serviço, que para dizer a verdade, ainda não se conseguiu destacar no mercado.

Apostar na Stadia em 2021 pode ser uma boa ideia! Mas…

Portanto, toda esta informação acabou revelada pela própria Google através de uma publicação no seu blog oficial. Que desde logo revelou que jogos como FIFA 21, Shantae: Half-Genie Hero Ultimate Edition e Hellpoint já estariam praticamente confirmados no Stadia. No entanto, esta é apenas a ponta de um autêntico Iceberg de jogos que ainda estarão para chegar.

Assim, este pode muito provavelmente ser o ano perfeito para começar a apostar na Stadia! Um serviço com muito potencial, mas que ainda tem algumas arestas para limar. (Análise Google Stadia Leak.pt)

Em suma, acha que é agora em 2021 que a Stadia conseguirá conquistar mais jogadores no mercado? Ou será este mais um tiro no pé para a Google que há tantos anos tenta tirar sucesso deste serviço? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.

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Projecto de Lei N.º 343/XIV/1.ª

Estabelece restrições à publicidade nos jogos e apostas

(15.ª alteração ao Código da Publicidade, aprovado pelo Decreto-Lei nº 330/90, de 23 de outubro).

Argumentando com a necessidade de legalização do jogo e apostas online, em 2014 o Governo PSD e CDS apresentou à Assembleia da República uma proposta de autorização legislativa, que visou entre outros, criar o regime jurídico de jogos e apostas online, com alterações significativas no plano fiscal e possibilitando a publicidade ao jogo e apostas em qualquer órgão de comunicação, incluindo a mais de 250 metros das escolas, tal como veio a ser aprovado.

Na altura o PCP suscitou dúvidas e preocupações com a alteração do código da publicidade no sentido de permitir a publicidade e a promoção do jogo e das apostas que até então era proibida.

É verdade que havia um vazio legislativo relativamente ao jogo e apostas online, mas criar um regime mais permissivo, onde são possíveis o incitamento e os estímulos ao jogo e apostas online, constituiu um motivo acrescido de preocupação, quando estão identificadas as consequências negativas da dependência do jogo.

Em caso de dependência do jogo, no espaço físico é possível o controlo de interdições, no mundo virtual, em que o acesso não é presencial, é mais fácil contornar o controlo, o que exige uma maior intervenção.

Na Código de Publicidade em vigor, na sequência da aprovação da autorização legislativa em 2014, com a nossa oposição, é referido que “a publicidade de jogos e apostas deve ser efetuada de forma socialmente responsável, respeitando, nomeadamente, a proteção dos menores, bem como de outros grupos vulneráveis e de risco, privilegiando o aspeto lúdico da atividade dos jogos e apostas e não menosprezando os não jogadores, não apelando a aspetos que se prendam com a obtenção fácil de um ganho, não sugerindo sucesso, êxito social ou especiais aptidões por efeito do jogo, nem encorajando práticas excessivas de jogo ou aposta”. Apesar destas referências na legislação, na prática isso não se verifica. Há uma agressiva publicidade, nomeadamente ao jogo e apostas online.

Esta realidade constitui motivo de preocupação acrescida, devido à existência de mais estímulos para os jogos e apostas, com os riscos associados de provocar dependência. Para as pessoas com dependência do jogo e para as pessoas mais vulneráveis, a facilidade do acesso aos jogos e apostas online é extremamente prejudicial e pode ser um aspeto que contribui para o agravamento de dependência e para o aumento da dependência ao jogo na população em geral.

Hoje a dependência do jogo é acompanhada pelo Serviço de Intervenção dos Comportamentos Aditivos e das Dependências (SICAD).

No documento do SICAD, intitulado “Linhas de Orientação Técnica para a Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências sem Substância – Perturbação do Jogo”, a dependência do jogo é entendida da seguinte forma:

O Jogo é hoje validado no plano científico não como uma perturbação do controlo dos impulsos mas como uma patologia aditiva sem substância, envolvendo circuitos e regiões cerebrais (e concomitante disfunção) tipicamente envolvidos nos comportamentos aditivos e dependências (CAD) decorrentes do uso continuado de substâncias psicoativas. Também como frequentemente se observa nos CAD com substância, no Jogo verifica-se um enfoque gradativo no objeto aditivo em detrimento da priorização das atividades que comummente promovem o prazer humanizado, associado às experiências relacionais, familiares e afiliativas, ao trabalho, ao lazer, entre outros. Também no Jogo a deterioração psicossocial tende a agravar-se, não apenas nas situações de jogo a dinheiro como naquelas que, frequentemente, isolam o indivíduo da relação com o meio envolvente, como o caso do jogo online. Também o Jogo cursa frequentemente com comorbilidades, designadamente no plano psiquiátrico. Também o Jogo deve ser entendido num enquadramento mais abrangente da história de vida do indivíduo, no seu contexto, com as suas circunstâncias e numa dada etapa do seu ciclo de vida.”

Não existem ainda estudos muito desenvolvidos sobre a realidade do jogo no nosso país. No entanto, o documento acima referido, avança alguns elementos, nomeadamente que “a prevalência de jogo a dinheiro em Portugal é de 65,7%, sendo mais elevada no género masculino e entre os 35-44 anos” e “que cerca de um terço da população não pratica qualquer um dos tipos de jogos enunciados”, totobola ou totoloto; lotarias; jogos de cartas, entre amigos ou conhecidos; jogos de apostas, entre amigos ou conhecidos; jogos de apostas em salões de jogo; raspadinha; euromilhões; jogos de dados; jogos de perícia e jogos desportivos. Diz que “embora dois terços (65,7%) praticam ou praticaram alguma vez qualquer jogo (24,4% que jogam/jogaram um só tipo de jogo, 16% que jogam/jogaram dois tipos de jogo, 10% três tipos de jogo, 9% quatro tipos de jogo e 6% cinco ou mais tipos de jogo”. Refere ainda que “20% dos jovens utilizam a internet para práticas de jogo de forma regular (pelo menos 4 vezes nos últimos 7 dias). O jogo online parece ser muito mais comum nos rapazes (39%) do que nas raparigas (5%). O jogo a dinheiro online verifica-se em 2% dos jovens, com maior predominância nos rapazes.”

A esta realidade, nos tempos que vivemos acresce os condicionamentos existentes devido ao surto epidémico da covid 19, que implicou o encerramento de casinos, bingos e salas de jogos e com o confinamento nas habitações, há um sério risco de recurso ao jogo e apostas online. Para além das perturbações mentais que podem aumentar na população devido ao distanciamento social e ao confinamento nas habitações, em que as pessoas saem somente naquilo que for estritamente necessário, pode surgir o agravamento da perturbação do jogo para as pessoas com dependência ou o aumento dessa perturbação.

O PCP entende que é preciso limitar o acesso ao jogo e apostas, nomeadamente online atendendo às implicações que pode ter no plano clínico e da saúde mental das pessoas. É preciso reduzir muito significativamente os estímulos, a publicidade que está permanentemente presente na internet e nos órgãos de comunicação, por isso propomos a presente iniciativa no sentido da proibição da publicidade ao jogo e apostas em horários e condições específicas, equiparando à legislação sobre a publicidade de bebidas alcoólicas, como medida de proteção da saúde.

Nestes termos, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados do Grupo Parlamentar do PCP, apresentam o seguinte Projeto de Lei:

A presente lei estabelece restrições à publicidade nos jogos e apostas, procedendo à 15ª alteração ao Código da Publicidade, aprovado pelo Decreto-Lei nº 330/90, de 23 de outubro.

É alterado o artigo 21º do Código da Publicidade, na sua versão atualizada, que passa a ter a seguinte redação:

  1. […].
  2. […].
  3. […].
  4. […].
  5. […].
  6. […].
  7. É proibida a publicidade a jogos e apostas, em sítios e páginas na internet da responsabilidade de empresas e entidades com sede em Portugal, na televisão e na rádio e na imprensa escrita, entre as 7 horas e as 22 horas e 30 minutos.
  8. Para efeitos do disposto no número anterior é considerada a hora oficial do local de origem da emissão.
  9. (atual n.º 7).»

A presente lei entra em vigor no dia seguinte à sua publicação.

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